Colheita milho safrinha: como evitar perdas?
Descubra como planejar e executar a colheita do milho safrinha com eficiência, reduzindo perdas e aproveitando o máximo potencial produtivo da lavoura.
As perdas na colheita do milho safrinha podem ser reduzidas com a adoção de boas práticas, como o manejo de plantas daninhas, a regulagem da velocidade das colhedoras e o uso de tecnologias no campo.
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A colheita do milho safrinha geralmente ocorre entre junho e agosto, podendo se estender até setembro em lavouras semeadas fora da janela ideal de plantio.
O momento mais adequado para iniciar a operação é influenciado por diversos fatores, como a época de semeadura, as condições climáticas, o objetivo da produção e o planejamento da colheita.
Para evitar perdas e garantir uma safra mais produtiva, o produtor deve fazer o manejo de plantas daninhas, regular as colheitadeiras, controlar a velocidade do maquinário e usar a tecnologia a seu favor ao longo de todo o processo.
Além disso, ele precisa adotar alguns cuidados no pós-colheita, como armazenar os grãos corretamente e analisar os dados de produtividade para embasar o planejamento da próxima safra.
Boa leitura!
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O milho safrinha representa a principal safra do cereal no país. Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção estimada para a temporada 2024/25 é de 99,8 milhões de toneladas.
Isso corresponde a quase 80% do total previsto para o ano, estimado em 126,9 milhões de toneladas. No entanto, para atingir todo o potencial produtivo da lavoura, a colheita precisa ser eficiente.
Problemas como queda de espigas, perdas de grãos e embuchamento das máquinas devido à presença de plantas daninhas podem comprometer os resultados da safra.
Neste artigo, você vai entender quais fatores impactam a colheita do milho safrinha, conhecer boas práticas para minimizar perdas durante a operação e descobrir como conduzir o pós-colheita para preservar a qualidade dos grãos e já planejar a próxima safra.
O que é o milho safrinha?
O milho safrinha, também conhecido como milho segunda safra, é cultivado logo após a colheita da safra principal. Diferentemente da cultura de verão, que depende de chuvas mais regulares, o safrinha é plantado em um período de menor disponibilidade hídrica, o que exige cuidados específicos de manejo.
Geralmente, o plantio ocorre entre janeiro e março, logo após a retirada da soja. No entanto, esse período pode variar de acordo com a região e as condições climáticas locais.
O cultivo é feito em sistema de sequeiro, aproveitando a umidade residual do solo, já que a fase final da cultura costuma coincidir com períodos mais secos.
Fatores que influenciam a colheita do milho safrinha
Os resultados da colheita do milho safrinha são influenciados por vários fatores. Um deles é a época de semeadura. Se o plantio é realizado fora da janela ideal definida pelo Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC), os riscos de perdas na colheita aumentam.
As condições climáticas também têm grande impacto sobre o desenvolvimento do milho, afetando inclusive o desempenho da colheita.
Quando o plantio ocorre dentro do período recomendado, o potencial produtivo do safrinha tende a ser maior, especialmente se houver boa distribuição das chuvas.
Por outro lado, cultivos iniciados com atraso estão mais expostos a perdas causadas por estresse hídrico e oscilações térmicas, o que compromete a eficiência da operação.
Outro fator importante é o planejamento da colheita. A falta de organização pode gerar atrasos operacionais, queda na qualidade dos grãos e aumento das perdas.
Por isso, o produtor precisa definir com antecedência o destino da produção (venda ou silagem), garantir a disponibilidade de máquinas e mão de obra, e ajustar as operações conforme as previsões climáticas.
Momento ideal para a colheita do milho safrinha
O período exato para o início da operação depende de vários fatores, como a data de plantio, as condições climáticas e o ciclo do híbrido utilizado. Geralmente, a colheita ocorre entre junho e agosto. Porém, em áreas com plantio tardio, a operação pode se estender até setembro.
Outro fator que influencia na escolha do momento certo para o início da colheita é o objetivo da produção. Quando a finalidade é a colheita de grãos, o ponto ideal é na fase R6, estágio de maturidade fisiológica, quando o grão já está firme e a casca apresenta textura mais dura.
Já quando o objetivo é a produção de silagem, o momento ideal ocorre quando a planta atinge entre 30% e 35% de matéria seca. Valores abaixo disso indicam excesso de umidade, o que prejudica a fermentação e pode resultar em perdas nutricionais.
Boas práticas para reduzir perdas na colheita
A eficiência na colheita do milho safrinha começa muito antes da entrada das máquinas em campo.
Segundo Felipe Stefaroli, engenheiro agrônomo da área de Desenvolvimento de Mercado em Proteção de Cultivos para Herbicidas da Bayer, a colheita é o resultado de uma série de decisões integradas, que se iniciam ainda no planejamento.
Entre essas etapas estão o preparo adequado da área, a escolha dos híbridos, o tipo de adubação, o cuidado no plantio, o monitoramento do desenvolvimento vegetativo e o uso do Manejo Integrado de Pragas (MIP).
Para o engenheiro, falhas em qualquer uma dessas fases podem comprometer os resultados da colheita. Por isso, o especialista recomenda quatro boas práticas para garantir uma operação mais eficiente e com menores índices de perda:
1. Faça o manejo das plantas daninhas
A incidência de plantas daninhas costuma ser menor no milho de segunda safra devido ao baixo volume de chuvas durante esse período. Ainda assim, é fundamental que o produtor siga corretamente as recomendações de manejo de herbicidas para manter a lavoura limpa.
Afinal, mesmo em menor quantidade, a presença de plantas invasoras, como os cipós, por exemplo, pode causar o “embuchamento” das máquinas, atrasando a operação e comprometendo sua eficiência.
Além disso, elas também comprometem a qualidade dos grãos durante o armazenamento e na hora da entrega.
2. Cuide da manutenção e a regulagem das colhedoras
De acordo com pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), as perdas mecânicas durante a colheita podem comprometer seriamente a rentabilidade da safra.
Isso porque os grãos ou espigas deixados no solo podem germinar como plantas voluntárias, reduzindo em até 50% a produtividade da cultura sucessora.
Para evitar esse tipo de prejuízo, o produtor deve investir na manutenção preventiva e na regulagem das colhedoras antes do início da operação.
Patrícia Dias, engenheira agrônoma e responsável técnica na Sementes Vitória, em Rio Verde (GO), destaca que cada colheitadeira precisa ser calibrada conforme o híbrido e a área a ser colhida.
“Além de uma regulagem inicial na colheitadeira, os operadores fazem um ajuste na plataforma a cada área de acordo com o híbrido plantado”, explica a engenheira.
3. Controle a velocidade do maquinário em campo
De acordo com a Embrapa, a velocidade da colheitadeira deve ser mantida entre 4 km/h e 6 km/h para reduzir as perdas, que não devem ultrapassar 1,5 saca por hectare. Acima dessa faixa, o risco de quebra de grãos e espigas aumenta, o que compromete a produtividade da lavoura.
4. Use ferramentas da Agricultura 4.0
As tecnologias da agricultura 4.0 auxiliam o produtor a otimizar todas as etapas do processo produtivo, inclusive a colheita. Os recursos da agricultura de precisão e da agricultura digital permitem alcançar maiores tetos produtivos com mais eficiência.
“Por meio dos mapas do FieldView™, é possível fazer estimativas de produtividade por talhão, além de analisar o desempenho de diferentes híbridos após a colheita”, afirma Felipe Stefaroli. Esses dados são fundamentais para o planejamento da colheita e para decisões futuras.
“Quando colhemos a safra atual, já sabemos quais híbridos plantaremos na safrinha do próximo ano e quais pontos teremos que ter atenção, graças às marcações georreferenciadas do Fieldview™, indicados em algumas áreas por nossos operadores”, completa Patrícia.
Cuidados no manejo pós-colheita do milho safrinha
Após a colheita, o produtor deve redobrar os cuidados com o armazenamento, o transporte da produção e o controle de pragas e doenças para preservar a qualidade dos grãos e garantir o retorno econômico da safra.
Armazenar o milho com a umidade ideal (entre 12% e 13%), manter os silos limpos e bem ventilados, e planejar a logística com eficiência, são cuidados que evitam perdas e preservam o valor da produção.
Mais do que isso, o período pós-colheita é ideal para avaliar o desempenho da safra com base em dados concretos. Para isso, o produtor pode contar com ferramentas como a Climate FieldView™, a plataforma digital da Bayer.
Com a FieldView™, o produtor consegue comparar mapas, visualizar zonas de maior ou menor produtividade, identificar falhas operacionais e tomar decisões baseadas em dados para melhorar o desempenho na próxima safrinha.
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