nov. 06, 2025

Enchimento de grãos do milho: como manter a produtividade da lavoura

Descubra o que afeta o enchimento de grãos do milho e como otimizar essa fase crucial para garantir maior produtividade na lavoura.

Grãos de milho caindo de mãos humanas.

O enchimento de grãos do milho é uma fase decisiva, responsável por definir o peso, a qualidade e a produtividade final da lavoura.

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O enchimento de grãos do milho é uma das etapas mais importantes para a produtividade da lavoura. Durante esse período, ocorre o acúmulo de matéria seca nos grãos, processo que depende da eficiência fotossintética das folhas e da translocação de carboidratos para as espigas.

 

O desenvolvimento do milho até essa fase passa por estádios vegetativos (V1 a Vn) e reprodutivos (R1 a R6). No entanto, as etapas de R2 (grão bolha d’água) a R5 (formação de dente) são as mais críticas para o acúmulo de reservas.

 

Fatores como disponibilidade hídrica, área foliar, saúde do colmo e nutrição impactam diretamente esse processo. 

 

Para garantir que o enchimento ocorra sem problemas, o produtor deve adotar boas práticas de manejo, como irrigação suplementar, adubação equilibrada e o uso de ferramentas digitais que auxiliam na tomada de decisão.

 

Boa leitura!

 

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O milho é uma das culturas mais eficientes na conversão de energia solar em biomassa. A partir de uma semente com apenas 0,3 g, a planta pode alcançar até 2 metros de altura e produzir cerca de mil grãos. Tudo isso acontece em um ciclo médio de apenas nove semanas.

 

Mas produtividade não é apenas uma questão de número de espigas ou grãos por planta. A qualidade e o peso final dos grãos são, na maioria, definidos durante o processo de enchimento.

 

Neste artigo, você vai entender por que o enchimento de grãos do milho é tão importante, como ele acontece, quais fatores podem comprometer esse processo e quais práticas de manejo ajudam a garantir uma lavoura produtiva.

O que é enchimento de grãos do milho?

O enchimento de grãos do milho é um dos processos mais críticos do ciclo da cultura. Ele ocorre após a polinização e marca o período em que os grãos começam a acumular massa seca. 

 

Embora seja curto, ele é determinante para o rendimento da lavoura, uma vez que ele define o peso final dos grãos por espiga.

 

Por que essa fase é importante?

O processo de enchimento concentra os processos fisiológicos mais importantes para a formação de grãos do milho. 

 

Durante esse período, a planta depende diretamente da fotossíntese realizada pelas folhas para fornecer os carboidratos e nutrientes necessários ao desenvolvimento dos grãos, determinando seu tamanho e densidade. 

 

Fases do desenvolvimento do milho até o enchimento

O ciclo de desenvolvimento do milho é dividido em dois estádios principais: vegetativo e reprodutivo. Entenda como essas etapas influenciam o processo de enchimento dos grãos:

Estádios vegetativos (VE a VT)

O estádio vegetativo começa com a emergência da plântula (VE) e avança com o desenvolvimento sequencial das folhas, numeradas como V1, V2, V3 e assim por diante. Ele termina quando a planta atinge sua altura máxima e emite o pendão (VT).

 

Ao longo dessas fases, a planta estrutura seu sistema vegetativo e estabelece sua capacidade fotossintética, essencial para sustentar o enchimento dos grãos posteriormente.

Estádios reprodutivos (R1 a R6)

O estádio reprodutivo se inicia com o embonecamento (R1), que marca a polinização e a fecundação das flores. A partir desse ponto, a planta inicia as fases de enchimento dos grãos, entre os estádios R2 e R6. Veja o que acontece em cada uma dessas etapas:

 

  1. R2 (grão bolha d’água): começa cerca de 10 a 14 dias após a polinização. Os grãos apresentam cerca de 85% de umidade e começam a acumular matéria seca, com predominância de açúcares;

  2. R3 (grão leitoso): ocorre entre 12 e 15 dias após a polinização e marca o início da transformação de açúcares em amido. Nesta etapa, os grãos apresentam um fluido esbranquiçado em seu interior;

  3. R4 (grão pastoso): ocorre entre 20 e 25 dias após a polinização, quando o conteúdo interno dos grãos adquire consistência pastosa e a umidade cai para cerca de 70%. Nesta fase, os grãos atingem aproximadamente metade do peso que terão na maturidade;

  4. R5 (formação de dente): ocorre por volta do 36° dia após a polinização e é marcada pelo surgimento da concavidade típica na parte superior do grão, conhecida como “dente”, e pela formação da linha do leite. Os grãos apresentam cerca de 55% de umidade;

  5. R6 (maturidade fisiológica): ocorre entre 50 e 60 dias após a polinização. Nesse momento, a linha do amido já percorreu toda a espiga, e a camada preta na base do grão está formada. Os grãos alcançam seu peso seco máximo, com cerca de 35% de umidade.

     

Fatores que influenciam o enchimento de grãos

O enchimento dos grãos do milho é um processo complexo, influenciado por diversos fatores. Confira os principais a seguir:

Área foliar 

O milho é uma planta extremamente eficiente na fotossíntese. No entanto, para expressar todo esse potencial, é preciso manter as folhas saudáveis e fotossinteticamente ativas até o final do ciclo. 

 

E isso exige que a planta alcance um Índice de Área Foliar (IAF) próximo de 4:1, ou seja, 4 m² de folhas por m² de área cultivada. Qualquer redução nessa área ativa pode comprometer a capacidade fotossintética da planta e, consequentemente, o enchimento dos grãos.

Disponibilidade hídrica

A deficiência hídrica entre os estádios R3 e R5 afeta a conversão de açúcares em amido, etapa fundamental para o acúmulo de matéria seca nos grãos. Além disso, a falta de água prejudica a translocação de fotoassimilados das folhas e do colmo para as espigas.

 

Portanto, a escassez hídrica nessas fases pode reduzir a produtividade e enfraquecer os tecidos do colmo, deixando as plantas mais vulneráveis a doenças.

Saúde do colmo 

O colmo atua como um reservatório de carboidratos que serão mobilizados para os grãos. Por isso, plantas com colmos bem desenvolvidos e com bom acúmulo de açúcares conseguem sustentar o enchimento mesmo em condições de baixa atividade fotossintética.

Nutrição da planta

O milho é altamente exigente em nutrientes, com destaque para o nitrogênio, principal macronutriente necessário ao crescimento vegetativo e à atividade fotossintética.

 

Como a demanda da cultura por nitrogênio geralmente supera a oferta natural do solo, a adubação nitrogenada é praticamente indispensável para atingir altos níveis de produtividade. 

 

A deficiência desse nutriente durante a fase reprodutiva pode comprometer a formação e o peso dos grãos, reduzindo o rendimento da lavoura.

Fatores genéticos e ambientais

O híbrido cultivado também influencia o enchimento dos grãos. Diferentes genótipos apresentam variações na capacidade de formação e na tolerância a estresses bióticos e abióticos. 

 

Além disso, fatores ambientais, como temperatura e radiação solar, impactam diretamente a eficiência fotossintética e, consequentemente, a formação dos grãos. 

 

Boas práticas de manejo na fase de enchimento do milho

Conforme explicado, os estágios R2 a R5 são os mais determinantes para o enchimento dos grãos de milho. Durante esse período, o objetivo principal deve ser manter a planta ativa, bem nutrida e livre de estresses até alcançar a maturidade fisiológica.

 

Para isso, é importante adotar uma abordagem integrada, que combine diferentes estratégias de manejo, tais como:

 

Por que usar ferramentas digitais na gestão dessa fase?

As fases de enchimento dos grãos exigem atenção máxima aos fatores nutricionais, hídricos e sanitários da planta. E investir em ferramentas da agricultura de precisão e da agricultura digital facilita a gestão desses fatores.

 

Uma das principais vantagens dessas tecnologias é o monitoramento em tempo real. Sensores instalados no campo capturam dados precisos sobre umidade do solo, temperatura, por exemplo.

 

Drones e imagens de satélite complementam esse trabalho, identificando variações no desenvolvimento das plantas e detectar precocemente problemas, como ataques de pragas.

 

Essas informações podem ser integradas e analisadas por softwares especializados, como o assistente inteligente Fieldview™, plataforma de agricultura digital da Bayer. 

 

 ferramenta transforma os dados coletados em mapas e relatórios de fácil interpretação. Isso permite que o produtor acompanhe com precisão o desempenho da lavoura durante o enchimento dos grãos.

 

Com o Fieldview™, é possível monitorar a cultura por talhão, gerar mapas NDVI, acessar previsões do tempo personalizadas, orientar aplicações em taxa variável, entre outras funcionalidades.

 

Na prática, a plataforma transforma dados em decisões, ajudando o produtor a ajustar o manejo e garantir o enchimento completo dos grãos. Assim, fica mais fácil garantir uma lavoura mais produtiva.

 

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