Saiba o que são mapas de produtividade, como fazer e quais as vantagens para a agricultura
Veja a importância de enxergar a performance da lavoura e descobrir como o mapa de produtividade pode beneficiar o agricultor na tomada de decisão.

A correlação de diferentes recursos digitais permite avaliar a produção da cultura em cada região dos talhões, possibilitando analisar se as práticas usadas foram bem-sucedidas e verificar tendências de produtividade
Colher uma lavoura de alta produtividade é o sonho de todo agricultor. Mas isso não acontece da noite para o dia. É necessário aprimorar o manejo a cada safra, visando potencializar a produção.
Contudo, é necessário avaliar a performance de todos os componentes, que estão relacionados à arte de cultivar. Afinal, é quando se conhece a fundo os impactos e a eficiência de cada decisão tomada no campo que se pode colher os melhores resultados.
Com o acesso a informações precisas sobre o cultivo, essa tarefa pode ficar mais simples. E para captar e gerir esses dados ao longo de todo o ciclo da cultura, uma grande aliada pode ser a agricultura digital, através dos mapas de produtividade.
Confira, a seguir, como ferramentas digitais podem subsidiar as tomadas de decisões do produtor, possibilitar maior visibilidade da performance da lavoura e ajudar a aperfeiçoar o manejo da fazenda, apoiando inclusive na verificação de tendências de produtividade por talhão.
Qual é a importância de enxergar a performance da lavoura?
Ao longo da safra, é importante o agricultor mensurar os resultados dos manejos que adotou na lavoura, o que permite quantificar o quanto as práticas utilizadas foram eficientes.
“O manejo pode até ser bem-sucedido, mas será que, se fizer diferente, o resultado final não pode ser potencializado, ou o volume colhido pode ser até semelhante, mas será que não se pode economizar em recursos?”, questiona o engenheiro agrônomo Rodrigo Alff, gerente de projetos corporativos da Climate FieldView™, plataforma de agricultura digital da Bayer.
Por isso, é importante, segundo ele, enxergar a performance das práticas que estão sendo adotadas. “A agricultura digital pode ajudar a fazer essa análise qualitativa e quantitativa”, afirma.
A exemplo das funcionalidades oferecidas pela Climate FieldView™, o produtor pode realizar o mapeamento e gerenciar ainda melhor as operações de seus maquinários diretamente do campo. Com esse apoio, passa a ter à disposição um maior número de dados. Vamos entender melhor!
Como ponto de partida, o produtor pode contar com três recursos que o ajudam a analisar sua lavoura com um olhar mais acurado:
- o Mapa de Plantio (Mapa de Distribuição de Sementes);
- o Mapa de Pulverização;
- o Mapa de Colheita.
O produtor pode correlacionar esses três mapas, de forma simples e rápida (tanto no celular como no iPad), para avaliar quais as razões para maiores ou menores produtividades, podendo considerar, inclusive, caso tenha à disposição, mapas de fertilidade do solo.
Essa avaliação por ser feita tanto por híbrido quanto por variedade, de acordo com cada perfil de solo e manejo realizados, seja ele para controle de plantas daninhas, pragas, doenças ou qualquer que seja o desafio enfrentado naquele talhão.
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Correlação entre o Mapa de Produtividade e a imagem de CCI do Diagnóstico FieldView™
Era possível analisar a performance da lavoura, de forma assertiva, antes da agricultura digital?
Segundo Alff, antes do surgimento da agricultura digital, analisar a performance da lavoura era uma atividade complexa. O tempo investido para a realização das correlações e análises era muito grande. Nem sempre todas as informações estavam à disposição em um único local, visualmente falando.
Não se tinha à disposição ferramentas que pudessem gerar dados precisos em tempo real. A grande parte do gerenciamento das informações era realizada com anotações no papel ou contando com a memória do profissional, demandando uma alta organização. Também, baseava-se nas experiências e aprendizados de safras anteriores, bem como em experimentações.
Hoje, com a agricultura moderna, o agricultor passou a contar com diferentes ferramentas, que permitem cruzar essas camadas de dados gerados e disponíveis nas diversas plataformas do mercado e de maneira muito mais assertiva.
O produtor pode ter à disposição, por exemplo, relatórios com a população de sementes de cada área da propriedade, e com a produtividade obtida nessas mesmas áreas. Ao final da safra, basta comparar as duas para saber se onde foram alocadas mais sementes a produção foi maior ou menor.
Diferentemente do que se tinha no passado, a agricultura digital disponibiliza uma infinidade de informações sobre a lavoura, de modo organizado e ágil.
Imagens de satélite oferecem informações sobre a performance da lavoura
Do plantio à colheita, funcionalidades da agricultura 4.0, como imagens de satélite, por exemplo, permitem acompanhar, por meio do Mapa de Índice de Vegetação, todo o ciclo de desenvolvimento de uma cultura agrícola. Dessa forma, segundo o engenheiro agrônomo da Climate FieldView™, fica mais rápido e visível para o produtor verificar a tendência de qualidade e o potencial a ser atingido pela lavoura, antes mesmo da colheita.
Para se compreender melhor como isso é possível, vamos levar em consideração o ciclo de soja 2020/21, que ainda está em curso.
Segundo o que foi divulgado nos principais veículos do agro, houve, no segundo semestre de 2020, o atraso no plantio de soja no país – problema verificado, principalmente, na região Sul e no Mato Grosso – provocado pelas poucas chuvas e altas temperaturas.
No final de 2020, o regime climático se regularizou, mas qual pode ter sido o impacto da estiagem no estabelecimento da lavoura?
A agricultura digital pode ajudar a responder essa pergunta, interpretando o que as imagens de satélite podem nos mostrar. “Elas podem trazer uma ideia de como está o desenvolvimento, de como está a saúde das lavouras”, pontua Alff.
Para isso, o FieldView™ disponibiliza ao agricultor os Mapas do Diagnóstico FieldView™, baseados no CCI (Climate Crop Index), cuja inteligência calcula a biomassa vegetativa verde atual (crescimento das plantas), com um nível de precisão bastante grande, sendo um diferencial frente às demais plataformas do mercado baseadas em NDVI.
A resolução das imagens disponibilizadas é de 100 px/ha. Com esse mapa em mãos, o produtor tem uma ferramenta poderosa para manejar seu talhão de forma mais acurada.
O CCI é menos propenso à saturação (perda de variabilidade em biomassa muito alta), o que garante que seja mais certeiro na medição de biomassa no início da germinação – quando ainda há uma grande presença do solo na imagem – e também no decorrer da safra – quando a biomassa é muito alta.
“Pode ser que, como houve chuva no plantio e depois parou, muitas lavouras foram semeadas mas não emergiram. E o Mapa mostra que a semente está lá, mas, na verdade, não nasceu por diferentes fatores, provocando uma falha.” Dessa forma, de acordo com Alff, a agricultura digital ajuda a evidenciar o quanto a estiagem pode ter impactado a lavoura.