
Mapa de Plantio: Planejamento Estratégico para Agricultura de Precisão
Como criar um mapa de plantio eficiente para otimizar a produção agrícola. Confira dicas e tecnologias para geolocalização!
Descubra os fatores que influenciam a produtividade do milho safrinha e como usar a tecnologia para tomar decisões mais precisas no manejo da lavoura. |
Por Equipe FieldView™
Em função do plantio e colheita cada vez mais eficiente, houve um aumento significativo da produtividade do milho safrinha, o que também influencia positivamente na balança comercial da cultura.
A previsão do IBGE é que o país produza 101,78 milhões de toneladas de milho de segunda safra apenas em 2025, um aumento de 10,9% em relação à 2024.
No entanto, para aproveitar o cenário favorável e a rentabilidade do milho safrinha, o produtor precisa adotar uma série de medidas. Neste artigo, você vai conhecer um panorama completo sobre essa cultura e dicas essenciais para aumentar a produtividade da lavoura!
Boa leitura!
Milho safrinha.
Segundo a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), o milho safrinha é apresentado como o milho de sequeiro cultivado extemporaneamente, de janeiro a abril. Seu plantio ocorre quase sempre depois da soja precoce, na região Centro-Sul do Brasil.
Era considerada uma atividade arriscada do ponto de vista agronômico, pois era semeada fora da época considerada “normal”. Isso acontecia por conta, principalmente, das condições climáticas.
Afinal, no período em que o safrinha é semeado, a lavoura está mais sujeita ao déficit hídrico e a temperaturas mais baixas (inclusive geadas), além da menor radiação solar.
Leia também: Aprenda o que é janela de plantio, como funciona e qual é o momento ideal para cultivar cada cultura
Diversos fatores impactam a produtividade do milho safrinha. Alguns deles estão sob o controle do produtor, como a adubação e o controle de pragas e doenças. No entanto, existem também aqueles que estão fora da alçada, como os eventos climáticos. A seguir, conheça sobre esses dois grupos.
Sem água, o milho safrinha não consegue crescer bem nem produzir como deveria. Durante o ciclo da cultura, o milho precisa de 500 a 800 mm de chuva. Sendo que, as fases mais sensíveis à deficiência de água são a iniciação floral e o desenvolvimento da inflorescência, além do período de fertilização e enchimento dos grãos.
Nas lavouras sem irrigação, a falta de chuva, especialmente, entre o pendoamento e o enchimento de grãos, causa prejuízos sérios. Dependendo da intensidade e do momento da seca, as perdas podem atingir metade da lavoura.
Colheita de milho.
Para produzir bem, o milho precisa de temperaturas acima de 15°C e sem geada. O frio intenso pode prejudicar (ou até matar) a planta no campo.
A geada é mais comum na região Sul, mas quando há massas de ar frio mais fortes, pode atingir também o Centro-Sul do Brasil. Isso representa um risco ainda maior para o milho da segunda safra.
Outro problema é o granizo: ele destrói as folhas da planta, principal área de fotossíntese. Sem folhas, a planta produz menos energia e, por consequência, menos grãos. A geada causa um efeito parecido.
Para fazer a escolha da semente certa, é importante entender o tipo de manejo do milho safrinha e o nível de investimento possível.
O milho safrinha enfrenta alguns desafios. Veja os principais pontos de atenção:
Muitos produtores devem plantar menos milho este ano. O motivo é o clima instável, com excesso de chuvas em algumas regiões. Reduzir a área ajuda a concentrar os esforços em janelas de plantio mais seguras, aproveitando os dias com clima favorável.
Chuvas fortes, seguidas de muito calor, desgastam o solo descoberto. Isso pode causar:
Erosão: a força da água da chuva arrasta a camada superficial do solo, que é justamente a mais rica em matéria orgânica e nutrientes. Com isso, o terreno fica mais pobre e menos produtivo para o milho.
Lixiviação: além de levar a terra embora, a água em excesso "lava" os nutrientes e insumos aplicados, como fertilizantes e defensivos, carregando-os para camadas mais profundas ou até fora da área plantada.
Falhas de estande: quando o solo está muito quente ou encharcado, a semente pode não germinar corretamente, ou até germinar e morrer logo em seguida.
Em casos mais extremos, o solo nessas condições pode até inviabilizar o plantio, forçando o produtor a esperar por uma janela melhor.
Produtor de milho analisa todos os dados da lavoura em seu notebook.
Com o atraso na colheita do milho verão, o plantio do milho safrinha também atrasa. Isso faz com que muitos não consigam plantar dentro da janela indicada pelo ZARC (Zoneamento Agrícola de Risco Climático). Quem planta fora da época corre mais risco de enfrentar seca em fases críticas da cultura.
Com o atraso no plantio e temperaturas mais altas, as pragas encontram ambiente ideal para se desenvolver. Já o excesso de chuva e umidade favorece o aparecimento de doenças.
Mas, afinal, quais as melhores práticas para milho safrinha o produtor pode aplicar? Para responder a essa pergunta, apresentamos dicas para superar os desafios do cultivo e alavancar a produtividade do milho safrinha.
Além da menor disponibilidade de umidade, das temperaturas mais baixas e da redução na radiação solar, diversos outros fatores podem limitar o potencial produtivo do milho safrinha.
Entre eles, estão a qualidade da fertilidade do solo, a escolha do híbrido, o momento e a forma de plantio, além do manejo de pragas, doenças e plantas daninhas.
Para evitar prejuízos na rentabilidade, é fundamental que o produtor se antecipe e adote estratégias para enfrentar esses desafios. O planejamento da safrinha, na verdade, deve começar já na definição da cultura anterior.
Nessa fase, é importante organizar a colheita da soja ou de outra cultura de forma que a área esteja disponível o mais cedo possível para o milho.
Durante o planejamento, lembre-se de avaliar o sistema todo, e não apenas uma safra isolada.
No caso de um sistema soja verão + milho safrinha, por exemplo, escolher variedades de soja de ciclo mais curto permite que a colheita de verão ocorra com maior antecedência, ampliando a janela de plantio do milho.
O ciclo do safrinha tende a ser mais longo que o milho de verão. Por isso, o uso de híbridos semi-precoces (que expressam potencial produtivo mais rápido) é o mais indicado.
Assim, o produtor pode encurtar o período no campo, escapando da fase mais crítica de déficit hídrico e luminosidade solar (mais próxima do inverno). Porém, de acordo com a Embrapa, a escolha dos híbridos também deve levar em consideração a época de plantio dentro do período recomendado para a safrinha.
Por isso, o ideal é que o produtor avalie aspectos como:
Finalidade (grão ou silagem);
Safra (primeira ou segunda);
Época de plantio (cedo, normal ou tardio);
Altitude do local (acima ou abaixo de 700m);
Tipo e fertilidade de solo e clima.
Além disso, o ideal é que os produtores situados na maioria das regiões produtoras do país considere os seguintes critérios durante a escolha do híbrido, independente do período de plantio:
Performance produtiva adaptada para cada região produtora;
Bom arranque inicial;
Boa tolerância à deficiência hídrica;
Tolerância a doenças frequentes na região;
Tolerância à cigarrinha.
É essencial que o produtor acompanhe diariamente as variações do tempo e saiba como elas afetam a safrinha. O milho safrinha tem sua produtividade afetada pelo regime de chuvas e por fortes limitações de radiação solar e temperatura, principalmente na fase final de seu ciclo.
O déficit hídrico é um fator limitante para o desenvolvimento da cultura. Em condições de seca, ocorre uma baixa disponibilidade de água no solo e o gradiente de potencial hídrico no sistema solo-planta-atmosfera é interrompido.
Vale lembrar que a disponibilidade hídrica é um fator decisivo, principalmente, em três estádios do desenvolvimento do milharal:
Início da floração
Período de polinização
Enchimento de grãos
Uma boa pedida para o produtor é acompanhar as condições climáticas com o apoio da agricultura digital. Para tanto, pode utilizar a funcionalidade Radar Meteorológico, da Climate Fieldview.
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento mantém um programa chamado de Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC). Esse programa fornece informações sobre as épocas de plantio de milho com menores riscos tanto na safra de verão, como na safrinha, e para todo o país.
Uma saída para o produtor enfrentar as dificuldades do clima para milho safrinha é recorrer a híbridos mais adaptados ao déficit hídrico. Porém, ele pode recorrer à irrigação da lavoura. Essa decisão deve ser bem avaliada e considerar vários fatores, como:
A quantidade e distribuição da chuva na região;
O efeito da irrigação na produção;
A necessidade de água da cultura;
A qualidade e disponibilidade de água da fonte.
Há um período durante o ciclo da cultura em que mais água é consumida diariamente. No caso do milho, esse período coincide com o florescimento e enchimento de grãos.
A densidade de plantas possui grande influência na produtividade da lavoura de milho, que é a gramínea mais sensível à variação na densidade de plantas.
Esse fator influencia a capacidade do cultivo em captar recursos do ambiente, como água, luz e nutrientes. E para cada sistema de produção, existe uma população que maximiza o rendimento de grãos.
O patamar ideal, segundo a Embrapa, varia de 30.000 a 90.000 plantas/ha, dependendo das condições hídricas, da fertilidade do solo, do ciclo do híbrido, da época de plantio e do espaçamento.
Os híbridos modernos são mais tolerantes ao ajuste de população quanto a expressarem o máximo potencial genético.
Drone pulverizando milho.
Após definir os materiais e a população a ser semeada em cada região da lavoura, é hora de posicionar os híbridos.
Os melhores resultados de produtividade são obtidos quando o híbrido é adequadamente posicionado e manejado de acordo com as características de cada região da propriedade. O material precisa ser o mais adaptado possível para a região ou local para o qual está posicionado, com reflexo direto na produtividade da lavoura.
Para que o produtor tenha eficiência ao fazer esse plantio em cada talhão, ele pode utilizar a funcionalidade de Prescrições de Sementes do FieldViewTM.
Com o apoio dessa ferramenta digital, é possível escolher as taxas de sementes que devem ser usadas em cada área do talhão, permitindo gerar uma prescrição de plantio de forma fácil e rápida
Os principais nutrientes demandados pelo milho safrinha são, em sequência: Nitrogênio, Potássio, Cálcio, Magnésio e Fósforo.
Outro aspecto importante é a palhada, que protege o solo de erosões, compactação e altas temperaturas. Para assegurar que o solo esteja sempre coberto, faça a dessecação pós-colheita do milho ou da soja, antes do plantio da cultura.
Adotar o sistema de plantio direto, com adequada cobertura da superfície, permite o aumento da infiltração da água no solo e a redução da evaporação, com consequente aumento no teor de água disponível para as plantas.
Além disso, o ideal é que o agricultor siga as seguintes recomendações:
Pragas e doenças são ocorrências prováveis durante o ciclo da cultura e a utilização de defensivos para controlá-las é imprescindível.
Contudo, algumas situações podem prejudicar a eficiência da aplicação:
Chuvas inesperadas, que acabam "lavando" os produtos utilizados;
Entupimento de pontas do pulverizador;
Variação na velocidade de aplicação;
Outras falhas que passam despercebidas.
Uma boa pedida é utilizar ferramentas da agricultura digital para acompanhar as operações. Ao mapear a pulverização com o dispositivo FieldViewTM Drive, é possível identificar problemas na aplicação em tempo real.
É fundamental que o produtor faça uma inspeção-geral nos elementos de corte e de deposição de adubo, engrenagens, correntes de transmissão e discos duplos de corte do carrinho da semente.
Além disso, ele deve conferir os limitadores de profundidade, compactadores, condutores de adubo e semente e, principalmente, os componentes de distribuição de cada máquina.
Outro detalhe importante é que a lubrificação do equipamento deve ser feita no início do plantio e durante todo o período de utilização, de acordo com as orientações do fabricante.
O nivelamento da semeadora também deve ser ajustado, assim como o espaçamento das fileiras. Para completar, é necessário verificar as linhas e regular a taxa de adubo e semente.
Vale lembrar que, segundo a Embrapa, a qualidade da semeadura também está relacionada ao tipo de dosador de semente, do limitador de profundidade e do compactador de sulco.
Mas além do equipamento em si, fatores externos também podem influenciar a operação, como tamanho do trator, tipo de solo, umidade, velocidade de operação e experiência do operador.
SAIBA AINDA: Como a correta regulagem das plantadeiras pode influenciar os resultados da produtividade no campo
Adequar o arranjo espacial da semeadura na área é uma das mais importantes práticas e técnicas empregadas para a obtenção de altas produtividades na cultura do milho (Almeida et al., 2000). Esse mesmo pensamento vale para a safrinha.
Diferentes arranjos espaciais, que resultam da combinação do espaçamento entre linhas da cultura e o número de plantas por metro, têm sido discutidos com maior frequência.
De maneira geral, a melhor distribuição espacial das plantas na área resulta em um fechamento mais rápido dos espaços disponíveis, diminuindo a duração do período crítico de competição das plantas daninhas e a erosão.
A adoção de múltiplas estratégias, por meio do Manejo Integrado, pode ser decisiva para controlar o impacto de 3 grandes dores de cabeça do produtor: pragas, doenças e daninhas. Dentre os fatores que contribuem para a queda no rendimento dos grãos na safrinha, as pragas ocupam lugar de destaque.
Elas provocam perdas desde a fase inicial da cultura, podendo reduzir drasticamente o estande de plantas, afetar a densidade de sementes logo após a semeadura e causar danos durante toda a fase vegetativa e reprodutiva.
É importante ter cuidado, por exemplo, com o percevejo barriga-verde (D. melacanthus). Na soja, ele é considerado praga secundária, mas pode se manter na área depois da colheita da oleaginosa, afetando a safrinha.
De acordo com dados da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), a produção de grãos no Brasil deve alcançar a marca de 332,9 milhões de toneladas, um crescimento de 11,8% em relação à safra anterior.
O rendimento do milho segunda safra por hectare deve atingir 97 sacas ou 5.875 kg/ha em 2025. Isso representa 7,2% de aumento por hectare comparado à safra de 2023/2024.
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