jun. 11, 2025

O que é sequestro de carbono e como funciona esse processo?

Descubra como promover o sequestro de carbono no solo e melhorar a fertilidade, sustentabilidade e produtividade da sua propriedade rural.

Plantio direto em soja

O sequestro de carbono no solo é o processo de captura e armazenamento do dióxido de carbono na forma de matéria orgânica, contribuindo para a sustentabilidade e a produtividade da fazenda.

Índice de Conteúdo

 

 

+ Sem tempo de ler o texto todo? Confira os principais destaques!

 

O sequestro de carbono no solo é o processo no qual o dióxido de carbono (CO₂) da atmosfera é capturado e armazenado no solo. Esse processo ocorre de diversas maneiras, como por meio da incorporação de matéria orgânica, fixação biológica do nitrogênio, fotossíntese e ação dos agregados do solo.

 

As vantagens desse processo vão além da preservação ambiental. Solos ricos em carbono apresentam maior fertilidade, capacidade de retenção de água e resistência à erosão. Esses benefícios melhoram a produtividade da lavoura e ainda permitem que o agricultor ingresse no mercado de carbono.

 

Para aproveitar esses benefícios, o agricultor deve adotar estratégias conservacionistas, como o Sistema de Plantio Direto (SPD) e o Sistema ILPF. Essas práticas devem ser monitoradas e ajustadas com o auxílio de tecnologias de agricultura de precisão e agricultura digital.

 

Boa leitura!

 

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A crescente demanda por alimentos, aliada aos impactos das mudanças climáticas nos sistemas produtivos, exige que o setor agrícola adote soluções sustentáveis para aumentar a produtividade da lavoura

 

Uma dessas estratégias é adotar práticas que ampliem o sequestro de carbono do solo na fazenda. 

 

Neste artigo, explicaremos o que é o sequestro de carbono no solo, como ele funciona e quais práticas podem ser implementadas nas propriedades agrícolas para otimizar esse processo.

 

O que é o sequestro de carbono do solo?

O sequestro de carbono do solo é o processo em que o dióxido de carbono (CO₂) da atmosfera é capturado e armazenado no solo na forma de carbono orgânico. Esse processo contribui para a formação do Estoque de Carbono do Solo (ECS). 

 

Além do CO₂ da atmosfera, o ECS também é formado pelo carbono proveniente de restos de animais, plantas e microrganismos em decomposição. Por isso, ele influencia na fertilidade, retenção de água e atividade microbiana no terreno.

 

Como o carbono chega ao solo e como é armazenado?

O carbono chega ao solo de diversas maneiras. Uma delas é por meio da incorporação de matéria orgânica, como resíduos vegetais, esterco ou restos de culturas agrícolas. Esses materiais são decompostos por microrganismos que liberam CO₂ e permitem que o carbono se integre à estrutura do solo.

 

Essa incorporação também pode ser feita pelas raízes das plantas. Durante a fotossíntese, as plantas absorvem CO₂ da atmosfera e convertem parte desse elemento em compostos orgânicos.

 

fixação biológica do nitrogênio também viabiliza esse processo. Ele é realizado por bactérias fixadoras de nitrogênio que formam uma relação simbiótica com leguminosas, como a soja

 

As bactérias convertem o nitrogênio atmosférico em formas utilizáveis pelas plantas, o que aumenta a biomassa vegetal e, consequentemente, o teor de carbono no solo.

Uma vez no solo, o carbono é protegido da decomposição rápida por meio da formação de agregados, estruturas compostas por partículas minerais associadas à matéria orgânica. 

 

Esses agregados ajudam a estruturar o solo e dificultam a decomposição da matéria orgânica, permitindo que o solo armazene o elemento por períodos mais longos.

 

Leia Também: Aprenda o que é agricultura de baixo carbono, como adotar e saiba como o plantio direto pode influenciá-la

 

Benefícios do sequestro de carbono para o produtor rural

Investir em práticas agrícolas que aumentam o sequestro de carbono no solo traz diversos benefícios ao produtor. Confira os principais a seguir:

 

Aumenta o teor de carbono orgânico no terreno, o que eleva a fertilidade, aumenta a porosidade e melhora a capacidade de infiltração e retenção de água;

 

  • Facilita o crescimento das raízes das plantas, permitindo que alcancem maiores profundidades e extraiam mais nutrientes;
  • Favorece a biodiversidade, promovendo o desenvolvimento de microrganismos benéficos que auxiliam na produtividade agrícola e na sustentabilidade dos ecossistemas;
  • Melhora a resistência do terreno à erosão, contribuindo para a conservação do solo;
  • Aumenta a resiliência do terreno a eventos climáticos extremos, como secas e chuvas intensas;
  • Permite que o produtor ingresse no mercado de carbono para receber compensações financeiras pela captura e armazenamento de CO₂ em sua propriedade.

 

Plantio de soja no campo

No Brasil, o plantio direto já é responsável pelo sequestro de pelo menos 13 milhões de toneladas de CO2 ao ano

 

 

Práticas agrícolas que favorecem o sequestro de carbono

O produtor pode adotar várias práticas de manejo para favorecer o sequestro de carbono e aproveitar os benefícios descritos anteriormente. Conheça algumas dessas estratégias a seguir:

 

1. Sistema de Plantio Direto

Sistema de Plantio Direto (SPD) combina diversas estratégias de manejo para melhorar a qualidade do solo e a sustentabilidade da produção agrícola.

 

Ele se baseia em práticas importantes, como o não revolvimento do solo, a rotação de culturas e a manutenção permanente de cobertura vegetal (palhada).

 

Essa combinação reduz a erosão, diminui a temperatura do solo, mantém a umidade e favorece a decomposição lenta da matéria orgânica. Tudo isso contribui para o sequestro e o armazenamento de carbono no terreno.

 

Isso foi comprovado por um estudo conduzido por pesquisadores da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária). A pesquisa revelou que o uso de práticas sustentáveis no campo, como o SPD em áreas irrigadas, pode aumentar o ECS e reduzir a liberação de CO₂ na atmosfera. 

 

Além disso, a prática melhora os atributos físicos e hídricos do solo, como maior retenção de água e menor dispersão de argila. Portanto, o uso do SPD também melhora a resistência do solo à erosão e favorece a manutenção da fertilidade a longo prazo.

 

2. Sistema ILPF

O Sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) é uma estratégia que combina atividades agrícolas, pecuárias e florestais em uma mesma área. Essas atividades podem ser integradas por meio de cultivo consorciado, sucessão ou rotação de culturas.

 

Além de melhorar o aproveitamento dos insumos agrícolas, a integração otimiza o uso da terra e o manejo do solo. Tudo isso ocorre de forma sustentável, mitigando a emissão de gases do efeito estufa e favorecendo o sequestro de carbono.

 

3. Recuperação de pastagens degradadas

Boas práticas de manejo de pastagens favorecem a manutenção e até o aumento do ESC. Um dos motivos para isso é que o sistema radicular de gramíneas, como a braquiária, é robusto e pode alcançar grandes profundidades quando bem manejado.

 

Os exsudatos desse sistema e a decomposição das raízes mortas servem como fonte de carbono, aumentando a fertilidade e o ECS.

 

4. Tratamento de resíduos

O descarte inadequado de resíduos, como embalagens de defensivos, dejetos de animais, palhas e cascas, libera gases de efeito estufa e contamina o solo e a água.

 

Para evitar esses problemas, é fundamental adotar estratégias adequadas de tratamento de resíduos, como reciclagem, produção de adubo e tratamento de esgoto.

 

Além de evitar a contaminação ambiental, essas técnicas reduzem as emissões de gases de efeito estufa e melhoram a capacidade produtiva do sistema agrícola.

 

5. Cultura de cobertura

cultura de cobertura envolve o cultivo de plantas específicas para cobrir e proteger o solo temporariamente. Essas plantas são cultivadas principalmente durante a entressafra com o objetivo principal de proteger o solo contra processos erosivos e a lixiviação de nutrientes. 

 

Além dessa proteção, as culturas de cobertura aumentam a biomassa vegetal disponível, o que contribui para o aumento da matéria orgânica e da microbiota no solo. Isso favorece o processo de sequestro de carbono, já que a produção de biomassa ajuda a retirar CO₂ da atmosfera e a manter o ECS.

 

Tecnologias e manejo para monitoramento do carbono no solo

Adotar práticas que estimulem o aumento do sequestro de carbono no solo é apenas o primeiro passo para melhorar a sustentabilidade da fazenda. 

 

O produtor também precisa investir em tecnologias que o ajudem a monitorar a eficiência das medidas adotadas e fazer os ajustes necessários para aumentar o ESC na sua propriedade.

 

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Essas tecnologias envolvem as ferramentas da agricultura de precisão e da agricultura digital. Com o auxílio de drones equipados com sensores avançados, por exemplo, o produtor pode capturar imagens aéreas detalhadas e coletar dados sobre a saúde das culturas, qualidade do solo e umidade.

 

Já o uso de GPS e imagens de satélite permite a análise em larga escala das propriedades agrícolas. Com essas tecnologias, é possível mapear o solo com alta precisão, identificar variações e planejar intervenções específicas para aumentar a captura desse elemento em diferentes áreas da fazenda.

 

Essas informações podem ser armazenadas, integradas e analisadas com o auxílio de softwares agrícolas, como a Climate FieldViewTM, plataforma de agricultura digital da Bayer.

 

A plataforma utiliza inteligência artificial e ciência de dados para transformar as informações coletadas por diferentes fontes em relatórios e mapas detalhados, facilitando o monitoramento da lavoura em tempo real.

 

Assim, o produtor consegue otimizar a gestão do solo e ajustar as práticas de manejo para melhorar o sequestro de carbono na propriedade.

 

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