Agricultura de precisão: o que é, como funciona e quais os benefícios

+ Sem tempo de ler o texto todo? Confira os principais destaques! 

A agricultura de precisão (AP) é uma abordagem que utiliza tecnologias para coletar e processar dados agrícolas. Ela evoluiu muito nos últimos anos, integrando um ecossistema completo de agricultura digital. Hoje, a AP utiliza tecnologias como sensores, drones, inteligência artificial e internet das coisas. 

Ao adotar essas ferramentas, o produtor tem acesso às informações e orientações necessárias para tomar decisões mais seguras e tornar as operações agrícolas mais precisas. 

Dessa forma, é possível aumentar a produtividade agrícola, reduzir custos e melhorar a sustentabilidade da fazenda. Para adotar essa abordagem, o produtor precisa seguir pelo menos cinco passos. 

Eles envolvem planejamento, investimento, coleta e análise de dados. Além disso, investir em capacitação técnica é fundamental para utilizar todo o potencial da agricultura inteligente e garantir um plantio mais preciso e rentável.

Boa leitura!

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A agricultura de precisão chegou ao Brasil por volta dos anos 1990. Desde então, suas tecnologias e aplicações evoluíram muito. Hoje, é praticamente impossível manter uma fazenda rentável, produtiva e sustentável sem o apoio desses recursos. 

Afinal, com o avanço das tecnologias para agricultura de precisão, os produtores passaram a tomar decisões com base em dados reais, otimizando o uso de insumos e aumentando a eficiência no campo.

Segundo levantamento da Federação da Agricultura e Pecuária do Mato Grosso do Sul (Famasul), o uso dessas tecnologias pode aumentar em até 29% a produtividade da lavoura.

E esse é apenas um dos benefícios que explicam por que o produtor precisa conhecer essa abordagem e começar a aplicá-la na sua propriedade.

Quer entender como aplicar a agricultura de precisão na sua fazenda? Continue a leitura!

A agricultura de precisão (AP) é uma abordagem de gestão agrícola baseada em dados, que utiliza tecnologias avançadas para coletar, processar e interpretar informações do campo. O objetivo é otimizar o uso de recursos e permitir decisões mais seguras e precisas no manejo da lavoura.

A agricultura de precisão surgiu como uma resposta à necessidade de compreender a variabilidade espacial e temporal das lavouras. Inicialmente, seu foco estava em ferramentas como sensores, GPS e mapas de produtividade. 

Com o tempo, essa abordagem evoluiu para um ecossistema completo de agricultura digital. Afinal, ela incorporou tecnologias como inteligência artificial (IA), Internet das Coisas (IoT), drones e sensores de alta performance.

Graças ao avanço dessas tecnologias, surgiram conceitos como agricultura 4.0 e agricultura 5.0, que ampliaram o uso de dados, automação e conectividade entre máquinas e sistemas. 

A incorporação dessas novas ferramentas também transformou a AP na base que sustenta a agricultura digital e suas novas vertentes, abrindo caminho para sistemas ciberfísicos e soluções mais inteligentes e sustentáveis.

A evolução da AP acompanha a expansão da chamada conectividade rural, já que o acesso à internet no campo é necessário para viabilizar o funcionamento integrado das suas tecnologias. 

O problema é que, atualmente, somente 48,1% dos imóveis rurais do país têm cobertura 4G ou 5G em toda área de uso agropecuário.

Por isso, a expectativa é que entidades do setor público e privado invistam cada vez mais na expansão da conectividade rural, levando tecnologias 4G, 5G e internet via satélite para regiões agrícolas antes isoladas. 

Assim, pequenos e médios produtores também poderão adotar ferramentas como plataformas digitais com IA generativa, sistemas de monitoramento de lavouras, softwares de gestão e aplicativos de planejamento de safra. 

Conforme explicado, a AP evoluiu muito nos últimos anos. Hoje, a combinação de sensoriamento remoto, geotecnologia no campo, softwares de gestão e automação permite que o produtor rural tenha uma visão completa e atualizada da lavoura.

Confira a seguir as principais ferramentas de AP que são utilizadas em campo:

Os sensores e drones são ferramentas essenciais da AP, atuando como os “olhos e ouvidos” do produtor no campo. Afinal, eles apoiam o monitoramento agrícola de precisão, facilitando a identificação de falhas, a coleta de dados e os ajustes no manejo.

Com os drones, por exemplo, o produtor pode criar mapas de vegetação (NDVI) que indicam o vigor das plantas e ajudam a identificar falhas, estresse hídrico e deficiências nutricionais.

Já os sensores de solo e clima coletam informações como umidade, temperatura e pH em tempo real, auxiliando no manejo de irrigação de precisão e na redução de desperdícios de água e insumos. 

A combinação dessas tecnologias com sistemas de georreferenciamento possibilita o mapeamento detalhado da lavoura.

A IA substitui decisões baseadas apenas na experiência do produtor por análises em tempo real, realizadas por algoritmos e sistemas automatizados. Com o uso de aprendizado de máquina e análise preditiva, é possível identificar padrões nos dados coletados por outras tecnologias, como sensores e drones. 

A automação agrícola também viabiliza o uso de sistemas de pulverização inteligente, que aplicam defensivos apenas nas áreas necessárias, além do uso de robôs e drones autônomos para tarefas como plantio, poda e colheita. 

A IoT é um dos pilares dessa nova fase da agricultura. Por meio da conexão de máquinas, sensores, estações meteorológicas e dispositivos móveis, o produtor otimiza o monitoramento da lavoura. 

Afinal, os dados são rapidamente integrados e processados em softwares agrícolas, que automatizam esse processo e ajudam o agricultor a tomar decisões baseadas em dados.

Um dos avanços mais recentes é o uso dos chamados digital twins ou gêmeos digitais. Eles se referem a modelos virtuais das lavouras, criados a partir de dados coletados por sensores, imagens de satélite e equipamentos agrícolas. 

Essas simulações permitem ao produtor testar cenários e prever resultados antes de aplicar mudanças no campo real, reduzindo custos e riscos.

Além de favorecer o aumento da produtividade, os recursos da AP oferecem outros benefícios ao produtor de pequeno, médio ou grande porte. Confira os principais a seguir.

Com o apoio das ferramentas de AP, o produtor consegue coletar, integrar e analisar grandes volumes de informações sobre solo, clima, produtividade e saúde das plantas. Esses dados podem ser integrados com históricos de safra, previsões climáticas, entre outras informações.

Esse Big Data agrícola permite prever padrões de crescimento das culturas, antecipar riscos e otimizar o planejamento das próximas safras, criando uma visão mais completa da propriedade e do seu potencial produtivo.

O estudo da Famasul também apontou que o investimento em AP reduz os custos operacionais da fazenda em até 23%. Isso ocorre graças à aplicação precisa de insumos agrícolas, que evita desperdícios e otimiza o uso de recursos. Assim, o produtor diminui gastos desnecessários e torna a produção mais econômica e sustentável.

Além dos ganhos produtivos e econômicos, a AP também contribui para a sustentabilidade do agronegócio. Isso ocorre por conta da otimização do uso de fertilizantes e defensivos, somada à gestão racional da água e do solo, fatores que reduzem o impacto ambiental da atividade agrícola.

A adoção de tecnologias precisas na lavoura envolve várias etapas, que vão desde o planejamento até a definição de estratégias baseadas em dados. 

Confira abaixo como implementar um sistema de AP na fazenda em 5 passos:

1. Planeje a adoção da AP: identifique as etapas da produção que podem ser otimizadas com tecnologia, defina os objetivos e os resultados esperados;

2. Invista nos recursos necessários: adquira as ferramentas de AP previstas no planejamento. Os modelos e funcionalidades de cada um desses recursos dependem dos objetivos que o produtor quer alcançar e foram definidos no passo anterior;

3. Implemente as tecnologias: faça a instalação e configuração dos equipamentos nos locais adequados;

4. Invista em capacitação e suporte técnico: participe de treinamentos, workshops e programas de extensão rural, e estabeleça parcerias com universidades e consultorias especializadas. Além disso, conte com suporte técnico qualificado para garantir o melhor desempenho das tecnologias adotadas;

5. Faça a coleta e análise de dados: centralize as informações obtidas por diferentes tecnologias em uma plataforma digital e utilize a análise de dados para gerar orientações em tempo real e apoiar decisões no campo.

    

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