Blockchain no agronegócio: como garantir rastreabilidade e confiança na cadeia
Entenda como o blockchain revoluciona o agronegócio, trazendo mais transparência, rastreabilidade e segurança nas cadeias produtivas do campo.
Com o uso do blockchain no agronegócio, produtores, indústrias e distribuidores ganham mais transparência, segurança e rastreabilidade em cada etapa da cadeia produtiva, fortalecendo a confiança do mercado e facilitando decisões estratégicas baseadas em dados confiáveis.
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O blockchain no agronegócio é uma tecnologia que registra informações em blocos encadeados, criando um sistema seguro, imutável e descentralizado. Ele funciona como um livro-razão distribuído. Isso significa que, em vez dos dados ficarem guardados em um único servidor, eles são replicados em vários computadores conectados à rede.
Para que uma informação seja validada, todos devem reconhecê-la. Isso permite rastrear todas as etapas da produção agrícola, garante transações seguras, reduz riscos de fraude e aumenta a transparência no campo.
Além disso, ele garante mais transparência, segurança de dados e confiabilidade nas transações. No entanto, a adoção da tecnologia ainda enfrenta desafios, como custos de implementação e necessidade de capacitação de profissionais.
No futuro, a integração do blockchain com IoT e inteligência artificial deve ampliar ainda mais a precisão, a automação e a sustentabilidade da cadeia produtiva. E isso deve consolidar o blockchain como uma ferramenta estratégica para o agro dos próximos anos.
Boa leitura!
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O blockchain é uma tecnologia de registro digital que nasceu em 2008, como base do Bitcoin. Desde então, evoluiu e passou a ser utilizada em outros setores além das criptomoedas, inclusive na agricultura.
Hoje, essa tecnologia é usada para registrar ativos, automatizar regras, certificar origens, controlar cadeias de suprimentos e monitorar processos produtivos com confiabilidade.
No contexto da agricultura digital, o blockchain se consolidou como uma ferramenta estratégica para acompanhar cada etapa do processo produtivo e aumentar a competitividade do produtor.
Neste artigo, explicaremos como funciona o blockchain no agronegócio, suas principais aplicações, como ele beneficia os produtores e quais as tendências para os próximos anos. Continue a leitura!
Como funciona o blockchain?
O blockchain funciona como um banco de dados descentralizado, no qual as informações são organizadas em blocos encadeados. Cada bloco registra dados relevantes para a identificação do produto, como quem fez, quando e onde, até condições específicas, como a temperatura de uma carga de alimentos.
Assim que um novo bloco é criado, ele é validado pela rede e se torna imutável, ou seja, não pode ser alterado. Todo esse processo pode ser resumido em pelo menos 3 etapas:
Registro da transação
Sempre que uma informação é inserida, como uma movimentação de produto, uma venda ou um dado de monitoramento de produção, ela é transmitida para uma rede de computadores, chamados de nós. Cada nó verifica se a transação segue as regras estabelecidas para aquela blockchain.
Criação do bloco
Após a validação inicial, várias transações são agrupadas em um novo bloco. Esse bloco inclui um hash, uma espécie de “impressão digital”. Esse hash também inclui o código do bloco anterior, criando uma ligação contínua que impede alterações sem que toda a rede perceba.
Validação pela rede
Antes de entrar oficialmente na cadeia, o bloco precisa ser aprovado pela rede de computadores. E para que uma informação seja validada, todos devem reconhecê-la. Se a maioria concordar que ele é válido, ele é incorporado à cadeia. Depois que entra no blockchain, o bloco não pode ser alterado.
Aplicações do blockchain no agronegócio
A tecnologia do blockchain pode ser aplicada em diversas atividades ligadas à cadeia produtiva do agro. A mais conhecida é o rastreamento de cada etapa de desenvolvimento de um produto agrícola, desde o plantio ao processamento, transporte e chegada ao consumidor final.
Essa rastreabilidade possibilita a certificação de origem e qualidade do produto, registrando dados confiáveis sobre a produção, como práticas de manejo, condições ambientais, variedades utilizadas e cumprimento de normas técnicas. Com isso, o comprador, tem certeza da autenticidade e da conformidade do produto.
Além disso, essa tecnologia viabiliza a criação de contratos inteligentes (smart contracts) e ainda melhora o controle logístico e financeiro por meio da integração de informações.
Benefícios para o setor agro
O blockchain é considerado um aliado importante no combate a problemas comuns no setor, como falta de transparência na cadeia de suprimentos agrícola, risco de fraudes, dificuldade em comprovar certificação de origem e inconsistências na logística.
Confira a seguir as principais vantagens de investir nessa inovação agrícola:
Redução de fraudes
Como os dados são registrados em blocos imutáveis, qualquer tentativa de alteração é imediatamente identificada pela rede. Isso reduz falsificações, inconsistências em documentos, manipulação de informações sobre produção ou transporte e falhas de registro.
Aumento da confiança do consumidor
Um levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que 74% dos brasileiros se consideram ambientalmente conscientes e metade deles verifica se o produto foi produzido de forma sustentável.
Ou seja, os consumidores estão cada vez mais atentos à rastreabilidade de alimentos e à sustentabilidade agrícola. E o blockchain permite que as pessoas tenham acesso a essas informações, reforçando a credibilidade e a confiança no produtor.
Auditorias e comprovações muito mais eficientes
Como os dados registrados são imutáveis e podem ser consultados em um único livro-razão digital, fica mais fácil conduzir auditorias internas, certificações e inspeções sanitárias.
Sustentabilidade e uso eficiente de recursos
O blockchain também permite que o produtor comprove a adoção de práticas sustentáveis no processo de produção, como redução do uso de insumos e de emissões de carbono. Essa transparência atende consumidores, varejistas e políticas ambientais que exigem comprovação de sustentabilidade na cadeia produtiva.
Desafios e limitações do blockchain no agronegócio
A adoção da tecnologia blockchain ainda enfrenta desafios importantes. Um deles é a necessidade de investimento em infraestrutura, integração com softwares existentes, contratação de especialistas e adaptação de processos internos.
Além do custo inicial, a tecnologia também exige atualização e manutenção constantes. E essas demandas aumentam o custo de implantação, especialmente para pequenos e médios produtores.
E mesmo com o capital necessário para investir em blockchain, o agricultor ainda pode se deparar com outros obstáculos importantes, como a falta de conectividade rural e a dificuldade de contratar mão de obra especializada para lidar com essa tecnologia. Esses fatores ainda atrasam a adoção em massa desse recurso no país.
Como o blockchain é utilizado no agro: exemplos práticos
O uso do blockchain no agronegócio já é uma realidade em diversas partes do mundo. Segundo um mapeamento da StartUs Insights, que analisou mais de 150 agritechs, diferentes startups vêm expandindo suas operações utilizando a tecnologia para resolver desafios históricos do setor.
No Brasil, diversas iniciativas vêm adotando o blockchain para fortalecer operações no agronegócio. Por meio de tecnologias como QR codes, os consumidores podem acessar informações detalhadas sobre cada lote de produção, incluindo a variedade, a data e as condições de colheita.
Além disso, plataformas digitais permitem transformar produtos agrícolas em ativos certificados, possibilitando a compra de insumos, pagamento de serviços e realização de operações financeiras com maior segurança e confiabilidade.
O blockchain também é aplicado em projetos ambientais, facilitando auditorias, garantindo conformidade jurídica e ampliando o acesso a mercados que valorizam práticas sustentáveis.
Leia também: Conheça a importância da tecnologia na agricultura e como as inovações potencializam o resultado no campo
Futuro do blockchain no agronegócio
O uso do blockchain no agronegócio deve crescer nos próximos anos impulsionado pela integração com outras tecnologias da agricultura digital, como Internet das Coisas (IoT), inteligência artificial (IA) e sistemas avançados de monitoramento.
A convergência entre blockchain e dispositivos IoT, por exemplo, permitirá registrar automaticamente dados como temperatura e umidade no transporte, status de armazenamento e parâmetros de qualidade durante o processamento.
Já a combinação com IA permitirá prever riscos fitossanitários, otimizar rotas logísticas, reduzir perdas pós-colheita e apoiar a tomada de decisão em tempo real.
A tendência é que a união entre essas tecnologias promovam mais inovações na forma como o setor controla a origem, qualidade e segurança dos alimentos. E tudo isso construirá as bases para um agro ainda mais moderno, competitivo e conectado.
Vale lembrar que, para acompanhar essa evolução e criar uma verdadeira fazenda inteligente, produtores precisam de soluções capazes de gerar dados precisos, confiáveis e integrados, como a FieldView™, assistente de agricultura digital da Bayer.
Com essa ferramenta, o produtor tem os recursos necessários para integrar e analisar dados agrícolas, gerando mapas, relatórios, entre outros materiais que orientam uma gestão baseada em dados.
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