jun. 05, 2025

Lavoura de milho: como reduzir os custos?

Descubra como reduzir custos na lavoura de milho com planejamento, tecnologias agrícolas e práticas inteligentes que aumentam a eficiência no campo.

Como reduzir custos milho

Diferentes práticas agrícolas e tecnologias digitais podem ajudar a minimizar os custos e aumentar a rentabilidade da lavoura de milho

O milho é uma das estrelas da produção agrícola nacional, posicionando o Brasil como um dos maiores produtores mundiais e o maior exportador global do grão.

 

Este tipo de cultivo tornou-se um dos mais dinâmicos e competitivos da agricultura brasileira, permitindo registrar um crescimento de produtividade de 230% nos últimos 40 anos, segundo a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).

 

Mas, para garantir a rentabilidade do produtor, não basta ser apenas produtivo. Também é crucial balancear custos.

Confira, a seguir, como é possível equilibrar o custo de produção com bons resultados na colheita da lavoura de milho, utilizando diferentes práticas agrícolas e ferramentas digitais para o campo.

 

Continue a leitura!  

 

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Brasil: um dos maiores produtores e o maior exportador de milho do mundo

Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção brasileira de grãos deverá atingir um recorde estimado em 339,6 milhões de toneladas, que corresponde a 14,2% ou 42,2 milhões de toneladas a mais do que foi produzido em 2023/24. 

 

Desse total, a produção de milho (safra verão + safrinha) corresponderá a 41,14%, atingindo um total de 139,7 milhões de toneladas.

 

Com crescimento de 14,3% em relação à safra anterior, a produção brasileira de milho só é menor que a de soja, que deverá atingir, de acordo com o levantamento da Conab, o volume de 169,48 milhões de toneladas (49,91% da produção nacional de grãos).

 

O plantio de milho, também chamado de milharal, é uma das principais atividades agrícolas do país. Sendo o Brasil, o terceiro maior produtor mundial do grão, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e da China. 

 

Para especialistas e consultores do agro, o país tem condições de ter papel ainda maior nesse mercado. Mas, para isso, a produção nacional de milho tem que manter o ritmo de aumento de produtividade e de incorporação de tecnologias.

 

Ao mesmo tempo, o desafio é manter essa evolução produtiva em sintonia com a busca permanente da otimização de custos e redução de uso de recursos naturais, a exemplo do que já se verifica na cultura da soja.

 

Brasil é maior exportador mundial de milho

O milho é o grão mais produzido no mundo

 

 

Por que reduzir custos na lavoura de milho é essencial?

A lavoura é o processo de preparação e cultivo da terra para a produção agrícola, incluindo o plantio, cuidado e colheita de culturas.

 

Um dos principais focos da redução de custos é justamente melhorar a rentabilidade da safra. Com os custos produtivos aumentando e as margens de lucro sendo comprimidas, é necessário encontrar maneiras de cortar despesas e aumentar as margens de ganhos para lidar com a volatilidade do mercado. 

 

O controle de custos também tem impacto na preparação para o enfrentamento dos concorrentes e na manutenção da relevância no mercado. Sem contar o reflexo na saúde financeira da propriedade, tornando-a mais resiliente diante de imprevistos e crises.

 

A partir de dados sobre o custo produtivo, o produtor consegue ter uma tomada de decisão mais efetiva em relação ao manejo da lavoura, compra de insumos, bem como a comercialização da safra. 

 

Como reduzir custos desde o início do ciclo

O primeiro passo para a redução de custos do milho, assim como de outros grãos, como a soja, é fazer um planejamento amplo, considerando todos fatores relacionados à produção e que contribuem para tomadas de decisões mais corretas, melhorando a eficiência e a competitividade da cultura.

 

O tempo necessário para o ciclo de uma lavoura de milho, do plantio até a colheita, varia entre 90 e 150 dias. Essa variação depende principalmente da cultivar escolhida, das condições climáticas da região e das práticas de manejo adotadas. 

 

Temperaturas elevadas e boa disponibilidade de água tendem a acelerar o desenvolvimento da planta, enquanto períodos de estiagem ou clima mais frio podem prolongar esse ciclo.

 

Além desses fatores, outros aspectos podem impactar diretamente no custo de produção, como preços de insumos, maquinário, funcionários, adubação e, é claro, o nível tecnológico adotado pelo produtor.

 

Por isso, é importante que o produtor conheça estratégias desde o início do ciclo de cultivo do milho, como:

 

desenvolvimento vegetativo do milho

Para atingir papel ainda maior no mercado mundial de milho, o Brasil tem que manter o ritmo de aumento de produtividade e de incorporação de tecnologias

 

 

Redução de custos com fertilizantes no plantio de milho

Os investimentos com fertilizantes representam de 25% a 40% dos custos variáveis de produção de grãos no Brasil, incluindo o milho, segundo a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária).

 

Nesse cenário, práticas e recomendações que promovam o uso mais eficiente de nutrientes são estratégicas para garantir a competitividade do agricultor.

 

É necessário fazer a análise de solo para a recomendação de fertilizantes de forma mais eficiente. Muitos agricultores têm utilizado adubações relativamente pesadas e em doses fixas, gerando excedentes que as culturas não utilizam e que vão se acumulando no solo ao longo do tempo.

 

A plataforma FieldViewTM também pode apoiar o produtor a utilizar, sob medida, alguns insumos, como adubos. Com a funcionalidade de Prescrições Manuais de Fertilizantes, é possível aplicar esse insumo em taxa variável na lavoura. 

Ou seja, o produtor pode desenhar sua prescrição de modo customizado, de acordo com a variabilidade de fertilidade dos talhões, evitando desperdícios.

 

Uso eficiente do nitrogênio

O nitrogênio é o nutriente que mais onera a produção de milho, uma vez que é extraído em grande quantidade pela planta e exportado pelos grãos da cultura. 

 

E manejá-lo é bastante complexo pela dificuldade em se avaliar sua oferta no solo, devido às múltiplas reações a que está sujeito, mediadas por microrganismos e afetadas por fatores climáticos de difícil previsão.

 

Na recomendação de adubação, deve-se considerar a real necessidade de sua aplicação na área desse nutriente.

Para isso, levar em conta fatores como a expectativa de produtividade a ser alcançada, o teor de matéria orgânica no solo e as culturas antecessoras ao milho.

 

ENTENDA: Como a tecnologia pode te ajudar a definir as áreas da safrinha

 

Para atingir papel ainda maior no mercado mundial de milho, o Brasil tem que manter o ritmo de aumento de produtividade e de incorporação de tecnologias

O conhecimento, cada dia mais, tem um maior peso na produtividade das principais espécies cultivadas

 

 

Planejamento da lavoura com apoio da agricultura digital

Uma aliada do produtor fazer esse planejamento da safra é a agricultura digital, uma vez que permite mensurar processos e analisar resultados com precisão, o que auxilia nas tomadas de decisões capazes de minimizar gastos e desperdícios.

 

Ao ter conhecimento sobre dados agronômicos importantes referentes aos maquinários, implementos e área trabalhada, consegue monitorar os processos, assim como saber o que ainda precisa ser implantado.

 

Essa é a agricultura 4.0, que possibilita ao agricultor ter uma noção mais granular e por metro quadrado, tratando cada talhão de acordo com o potencial produtivo do mesmo.

 

O produtor pode contar ainda com as funcionalidades da Climate FieldViewTM, plataforma de agricultura digital da Bayer, que disponibiliza inúmeros relatórios e mapas gerados durante a condução da lavoura. 

Um bom exemplo é o Relatório de Produtividade, disponível tanto no aplicativo da Climate FieldView™, quanto pela versão web. Com este recurso, é possível:

 

  • Identificar, rapidamente, quais híbridos e variedades tiveram melhor desempenho;

  • Analisar e comparar o desempenho nos talhões ou por tipos de solo para um determinado ano e safra;

  • Acessar o "Resumo Rápido", fornecendo informações importantes sobre a área total colhida, produtividade média e umidade da colheita, peso úmido total, e muito mais.

     

Tecnologias aplicadas ao plantio e manejo da lavoura de milho

Além da Climate FieldViewTM, os produtores podem adotar outras tecnologias interligadas para o manejo inteligente do milho. Conheça algumas delas!

 

Sensores 

Os sensores podem ser divididos em ópticos, térmicos e elétricos, o que traz um leque de funcionalidades, como:

 

  • Avaliar o teor de umidade e nutrição das plantas; 

  • Identificar plantas daninhas e insetos; 

  • Realizar a contagem e fluxo de grãos

  • Entre outros.

 

O uso de sensores traz um maior controle das variações climáticas e espaciais da lavoura de milho. Consequentemente, temos um reflexo direto na produtividade, tendo em vista as informações fornecidas que vão desde a qualidade do solo até a o estresse de plantas, o que traz mais confiabilidade na tomada de decisão do produtor. 

 

GPS

Um receptor GPS fornece o posicionamento georreferenciado da produção, permitindo o mapeamento preciso das plantações e a coleta automática de grandes volumes de dados durante a colheita.

 

Essas informações permitem a criação de mapas de produtividade, que auxiliam na  identificação da variabilidade do desempenho da lavoura. Em um mesmo talhão, é comum observar áreas com produtividade até duas vezes maior que as outras. 

 

Essa diferença pode estar relacionada a fatores como tipo de solo, relevo, umidade, pH, presença de pragas, população de plantas e histórico de uso da área.

 

Com os mapas gerados pelo GPS, o produtor consegue visualizar essa variação e agir de forma localizada, ajustando adubação, correção do solo e controle de pragas, por exemplo, otimizando recursos e reduzindo desperdícios.

 

Diferentes tecnologias ajudam o produtor na gestão da cultura, como o monitoramento da lavoura com drones

Diferentes tecnologias ajudam o produtor na gestão da cultura, como o monitoramento da lavoura com drones

 

 

Tratamento de sementes 

Além de controlar pragas e doenças, a tecnologia de tratamento de sementes, pode reduzir os custos de produção com inseticidas durante o andamento da safra.

 

Essa prática é muito importante na cultura considerando que pragas iniciais podem atingir a planta logo após a emergência da lavoura, causando redução de estande, de acordo com a infestação e a intensidade dos ataques.

 

Para auxiliar nessa etapa, o tratamento de sementes, que pode ocorrer de forma industrial ou dentro da fazenda, beneficia a semente com fungicidas e inseticidas.

Quando a semente ou a planta em emergência é atacada pela praga, o inseto é controlado. O mesmo vale para doenças e fungos, pois a semente também é tratada com fungicidas.  

 

A propósito, as sementes são um dos meios mais eficientes de disseminação de diferentes tipos de fungos em milho, tanto em campos de produção como em condições de armazenamento, o que torna ainda mais relevante o seu tratamento, do ponto de vista econômico.

 

O tratamento de sementes com inoculantes também traz benefícios ao cultivar. Com o intuito de melhorar o processo de absorção de nitrogênio da lavoura, esse agente biológico pode aumentar a produtividade da lavoura de milho.

 

LEIA: Como fazer o manejo integrado de pragas na agricultura

 

Principais desafios da lavoura de milho e como evitá-los

Embora o plantio de milho com tecnologia já seja uma realidade, é preciso levar em consideração alguns desafios externos para obter uma lavoura de fato lucrativa.

 

Recomendações eficientes de fertilizantes reduzem custos

Recomendações eficientes de fertilizantes reduzem custos

Semeadura mal executada 

A produtividade do milho está diretamente ligada à qualidade do solo. Entender os aspectos químicos, físicos e biológicos da área permite um manejo mais eficiente da adubação. 

 

É importante alinhar as necessidades nutricionais da cultura com o potencial produtivo desejado, escolhendo corretamente os insumos, as doses e o momento da aplicação. Um solo bem manejado favorece o desenvolvimento radicular e melhora a absorção dos nutrientes.

 

Imprevisibilidade do clima 

Embora o clima não possa ser controlado, é possível monitorá-lo e antecipá-lo. O milho exige cerca de 5mm de água por dia, o que torna fundamental conhecer a capacidade de retenção de água do solo e o histórico de chuvas da região de plantio. 

 

Escolher cultivares híbridos adaptados às condições locais e ajustar o calendário de plantio são estratégias que ajudam a reduzir os impactos climáticos e os riscos durante o ciclo lavoura de milho.

 

Ausência de micronutrientes

Apesar de muitos produtores deixarem de lado, a aplicação de micronutrientes via foliar pode fazer a diferença no desempenho da lavoura. 

 

Quando fornecidos no momento certo, os micronutrientes são mais bem absorvidos pela planta, contribuindo diretamente para o metabolismo e a formação de grãos. Aplicações bem direcionadas resultam em lavouras mais produtivas.

 

Boas práticas na aplicação de defensivos ajuda a aumentar a produtividade

Boas práticas na aplicação de defensivos ajuda a aumentar a produtividade

 

 

Plantas daninhas

A presença de plantas daninhas é um dos principais entraves ao bom desenvolvimento da lavoura de milho. A competição por recursos pode reduzir drasticamente a produtividade. 

 

Fechamento das entrelinhas, escolha de híbridos com arquitetura mais eficiente e uso estratégico de fertilizantes ajudam a ter milho de alta performance. Além disso, o manejo químico precisa ser bem planejado para evitar rebotes e falhas no controle.

 

Doenças

Nos últimos anos, a incidência de doenças nessa cultura aumentou. Para enfrentar esse cenário, é necessário investir em híbridos com maior tolerância, associar práticas como rotação de culturas e ajustar a época de plantio. 

 

Essas medidas reduzem a pressão de patógenos e ajudam a manter a sanidade da lavoura ao longo do ciclo.

 

Pragas

O aumento de pragas como lagartas, cigarrinhas e percevejos exige um controle mais rigoroso e técnico por parte do produtor. 

 

O uso combinado de inseticidas químicos e biológicos, especialmente no tratamento de sementes e em aplicações foliares bem posicionadas, tem se mostrado eficaz. 

 

Logo, monitorar constantemente a lavoura e aplicar os produtos no momento certo são práticas indispensáveis para evitar perdas e o surgimento de resistência das plantas.

 

O sucesso na lavoura de milho passa por uma gestão cada vez mais técnica, estratégica e orientada por dados. Desde o preparo do solo até a colheita, decisões bem informadas fazem a diferença na rentabilidade da safra. 

E, como vimos, práticas sustentáveis aliadas a tecnologias digitais são fundamentais para enfrentar os principais desafios do campo, reduzindo custos, otimizando recursos e aumentando a eficiência produtiva.

 

Nesse cenário, a agricultura digital deixa de ser uma tendência para se tornar uma aliada indispensável no dia a dia do produtor.

 

Quer descobrir como tornar sua lavoura mais eficiente e rentável por meio da análise de dados na agricultura? Conheça a Climate FieldView™ e veja como a plataforma pode apoiar sua tomada de decisão do plantio à colheita.