jul. 03, 2025

Lavoura de soja: guia com tecnologia do plantio à colheita

Veja um guia completo sobre lavoura de soja: desafios, planejamento, tecnologias no campo e dicas para uma colheita eficiente.

Colheita de Soja

A lavoura de soja precisa ser planejada e conduzida com o apoio de tecnologias e boas práticas agrícolas, que permitem ao sojicultor aumentar a produtividade de forma sustentável.

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A soja é o grão mais importante do agronegócio brasileiro. Esse protagonismo foi alcançado graças ao avanço científico e tecnológico, que permitiu aumentar a eficiência de todas as etapas produtivas da lavoura de soja.

 

No entanto, ainda há muito o que ser melhorado. Nas próximas décadas, o sojicultor terá o desafio de produzir mais com menos recursos e enfrentar os impactos dos eventos climáticos extremos.

 

A melhor estratégia para superar esse cenário e garantir safras produtivas está no investimento em tecnologias no campo, especialmente nas ferramentas da agricultura digital e de precisão. Quando aplicados desde o planejamento até a colheita, esses recursos tornam a produção mais eficiente, sustentável e preparada para o futuro.

 

Boa leitura!

 

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A soja é considerada o principal ativo agrícola produzido no Brasil atualmente. Essa posição de destaque é resultado de um longo processo. Foram décadas de expansão da cultura, investimento contínuo em ciência, tecnologia e inovações no manejo, que transformaram a forma de produzir no campo.

 

Graças a esse processo, o país ampliou suas fronteiras agrícolas, consolidou uma cadeia produtiva robusta e alcançou ganhos expressivos em produtividade, eficiência e qualidade. 

 

Hoje, o Brasil é o maior produtor mundial do grão, papel que fortalece sua influência no mercado internacional de commodities e contribui para os números da sua balança comercial.

 

No entanto, o trabalho está longe de terminar. O mundo está mudando rapidamente. O sojicultor que quiser aproveitar as oportunidades que surgirão nas próximas décadas precisa modernizar sua lavoura de soja.

 

Neste guia, você vai entender a importância dessa cultura no agronegócio brasileiro, conhecer os principais desafios do cultivo da oleaginosa e descobrir como a tecnologia pode transformar o manejo da lavoura, do plantio à colheita.

 

Importância da soja no agronegócio brasileiro

Para entender a importância do cultivo da soja para o país, é necessário conhecer as características nutricionais desse grão. A maioria dos cultivares apresenta teor médio de proteína entre 36% e 40%, podendo alcançar até 45% nas variedades mais avançadas.

 

Além do alto valor calórico e proteico, a oleaginosa é composta por lipídios ricos em ácidos graxos poli-insaturados e carboidratos com efeito prebiótico. 

 

Graças a esse perfil, cerca de 93% da produção nacional é destinada ao processamento do complexo de soja, que inclui grãos, farelo e óleo, produtos que abastecem diferentes cadeias de valor dentro e fora do país.

 

Esses fatores explicam por que a soja se tornou uma das commodities mais consumidas do mundo, com o Brasil na liderança da produção e exportação global. 

 

Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a safra 2024/25 deve alcançar 169,7 milhões de toneladas, superando Estados Unidos (121 milhões) e Argentina (51 milhões).

 

Mas o impacto da soja vai muito além dos números. A cultura foi decisiva para a modernização do agronegócio nacional. Ela estimulou a agricultura empresarial, o avanço de maquinário agrícola, a expansão das fronteiras produtivas e a profissionalização do comércio internacional.

 

A oleaginosa também contribuiu para o desenvolvimento da infraestrutura logística do país, a descentralização da agroindústria, a urbanização de regiões do interior e o fortalecimento do Produto Interno Bruto (PIB). Por tudo isso, a soja é considerada um pilar estratégico para o crescimento agrícola, econômico e social do Brasil.

 

Principais desafios da lavoura de soja atualmente

O maior desafio do sojicultor hoje é aumentar a produtividade da lavoura sem expandir a área cultivada, reduzindo ao mesmo tempo o uso de insumos e recursos naturais. Ou seja, produzir mais com menos.

 

Esse desafio reflete as projeções para as próximas décadas. A FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) estima que a produção agrícola mundial precisará crescer quase 70% até 2050 para atender a uma população de 9,8 bilhões de pessoas.

 

No caso da soja, a expectativa é de que a produção global salte de 315 milhões para 515 milhões de toneladas até 2050, o que representa um aumento de cerca de 50%.

 

E o Brasil ocupa posição estratégica nesse contexto. O país reúne grande disponibilidade de terras agricultáveis, tecnologia adaptada a regiões tropicais e uma gestão agrícola empresarial consolidada. 

 

Isso coloca o produtor brasileiro entre os principais responsáveis por atender à demanda mundial crescente. No entanto, essa expansão precisa ser planejada e sustentável, especialmente em novas fronteiras agrícolas como o Matopiba e o Centro-Oeste. 

 

Ao mesmo tempo, os produtores precisam enfrentar outro desafio: os eventos climáticos extremos, como secas prolongadas e enchentes. Além de fragilizar a lavoura, eles favorecem surtos de pragas, doenças e plantas daninhas

 

Esses problemas reduzem a produtividade, elevam a necessidade de defensivos e aumentam os custos, comprometendo a sustentabilidade e a eficiência no campo. Para evitar esse efeito em cadeia, a melhor estratégia é investir em tecnologias agrícolas que auxiliem no manejo inteligente da lavoura.

 

Conheça as principais tecnologias que estão moldando o futuro da lavoura de soja:

 

Sensores agrícolas

Os sensores podem ser instalados diretamente no solo ou acoplados ao maquinário, coletando dados em tempo real sobre umidade, temperatura, níveis de nutrientes e até mesmo a presença de pragas e doenças.

 

As informações são processadas por softwares agrícolas, que transformam os dados brutos em análises práticas para orientar o manejo inteligente da soja.

 

Radares meteorológicos

O clima é um dos fatores mais importantes para a produtividade. Com o apoio de radares meteorológicos, o produtor consegue acompanhar as condições atmosféricas com maior precisão, reduzindo riscos no plantio e ajustando estratégias de irrigação e manejo conforme necessário.

 

Drones 

Os drones são equipados com câmeras multiespectrais de alta resolução, capazes de capturar imagens aéreas detalhadas. Assim, eles ajudam o produtor a mapear falhas no plantio, identificar plantas daninhas, pragas e deficiências nutricionais. 

 

Além disso, esses equipamentos tornam o monitoramento da lavoura mais eficiente, permitindo que o sojicultor detecte problemas ainda no início e adote medidas rápidas para preservar o potencial produtivo da lavoura.

 

GPS e maquinário automatizado

O uso do GPS agrícola é um dos pilares da agricultura de precisão. Instalado nos maquinários, o sistema fornece informações exatas de localização dos equipamentos. Dessa forma, eles ajudam a mapear áreas de plantio, monitorar deslocamentos e evitar sobreposições na aplicação de sementes, fertilizantes e defensivos.

 

Além da navegação guiada, o GPS pode ser integrado a sistemas de telemetria, que transmitem dados em tempo real sobre o desempenho das máquinas, como velocidade, consumo de combustível e distância percorrida. 

 

Ele também pode ser integrado a sistemas de controle automatizado. Essa tecnologia permite que máquinas ajustem automaticamente processos como plantio, pulverização e colheita, aumentando a precisão das operações e reduzindo erros humanos. 

 

Imagens de satélite 

As imagens de satélite auxiliam na identificação de anomalias no solo e na lavoura, como estresse hídrico, pragas e doenças. Elas também são usadas na criação de mapas agrícolas que orientam correções do solo, aplicações localizadas de insumos e o planejamento da colheita.

 

Além disso, imagens atualizadas também são fundamentais para o monitoramento do NDVI (Índice de Vegetação por Diferença Normalizada), que permite avaliar com precisão a saúde das plantas e antecipar estratégias de manejo.

 

 

Plataformas de agricultura digital

As plataformas de agricultura digital integram os dados coletados por diferentes em um só lugar, transformando informações dispersas em mapas precisos e relatórios detalhados.

 

O FieldView™, plataforma digital da Bayer, é um exemplo desse tipo de ferramenta. Ele utiliza ciência de dados e inteligência artificial para gerar mapas agrícolas, monitorar atividades e até prescrever insumos com base em informações coletadas em campo. 

 

Com essa ferramenta, o sojicultor ainda pode gerar e correlacionar mapas de produtividade, comparar dados de safras anteriores e planejar ações corretivas ainda antes do plantio.

 

Essa integração de dados promove eficiência no manejo, reduz perdas e contribui para uma colheita eficiente.

 

Como a tecnologia aumenta a produtividade da soja

A soja é a cultura que mais avançou no Brasil nas últimas cinco décadas. Segundo um levantamento da Embrapa Soja, entre 1973 e 2023 a produção cresceu mais de 1000%, enquanto a área plantada aumentou pouco mais de 400%.

 

Esse salto reflete principalmente a incorporação de ciência e tecnologia ao manejo agrícola. Soluções como sensores, drones, imagens de satélite, plataformas de monitoramento e softwares de gestão reúnem dados produtivos e agronômicos em tempo real, permitindo análises precisas e decisões assertivas.

 

Com esses recursos, o produtor aplica insumos na dose correta, prevê riscos climáticos, corrige falhas no plantio e planeja a colheita de forma mais eficiente. O uso estratégico dos dados reduz desperdícios, preserva recursos naturais e aumenta a rentabilidade sem necessidade de expandir a área de cultivo.

 

Os resultados comprovam a eficácia desse investimento. Segundo a Federação da Agricultura e Pecuária do Mato Grosso do Sul (Famasul), produtores que utilizam agricultura de precisão alcançam até 29% mais produtividade e reduzem em 23% os gastos com insumos.

 

Já a Bayer aponta que agricultores que adotam suas soluções digitais chegam a registrar até 20% mais produtividade em comparação à média nacional.

 

Essa diferença reflete a capacidade da tecnologia de transformar informações em recomendações práticas, atuando como um verdadeiro “consultor digital” para orientar escolhas de sementes, insumos e estratégias de manejo.

 

Esses dados demonstram que a tecnologia transformou a sojicultura em uma atividade de precisão, em que cada decisão, do plantio à colheita, é baseada em dados. O resultado é uma lavoura mais produtiva, rentável e sustentável.

 

Como elaborar um planejamento da lavoura de soja 

Para alcançar uma alta produtividade na lavoura de soja, cada etapa do ciclo produtivo precisa ser cuidadosamente planejada e executada com boas práticas de manejo. Entenda a seguir como organizar o processo, do preparo do solo até a colheita:

 

Preparo do solo e plantio

O primeiro passo para obter uma safra produtiva é garantir um solo fértil e bem estruturado. Para isso, o produtor deve incluir no seu planejamento as seguintes práticas:

 

  • Realização de análises de solo para corrigir acidez, avaliar fertilidade e definir a adubação de base;

  • Rotação de culturas e adubação verde para manter a saúde do solo;

  • Adoção do Sistema de Plantio Direto (SPD) para preservar umidade, reduzir erosão e melhorar a estrutura;

  • Uso de sementes tratadas, de qualidade e procedência confiável, adaptadas ao clima da região;

  • Planejamento do plantio dentro do calendário agrícola, respeitando profundidade e espaçamento ideais;

  • Disponibilidade de mão de obra qualificada e maquinário em boas condições para evitar falhas no plantio.

 

Manejo e monitoramento da lavoura

O monitoramento deve ocorrer ao longo de todo o ciclo produtivo, desde o desenvolvimento inicial até a fase de colheita. Para isso, o produtor pode contar com tecnologias como drones, sensores, imagens de satélite e softwares de gestão agrícola. 

 

Com base nesses dados, o produtor passa a tomar decisões de manejo baseada em dados precisos, como:

 

 

Por isso, todas as práticas e tecnologias relacionadas ao monitoramento da lavoura devem estar previstas no planejamento da safra.

 

Colheita da soja

A colheita também deve ser planejada para evitar perdas e preservar a qualidade do grão. Para isso, o produtor deve adotar as seguintes práticas:

 

  • Realizar a colheita conforme o calendário agrícola, no estágio de maturação R8, quando a umidade do grão está entre 13% e 15%;

  • Se necessário, realizar a dessecação no início do estágio R7 para uniformizar o amadurecimento e antecipar a colheita;

  • Ajustar a velocidade da colheitadeira entre 4 e 6,5 km/h, evitando perdas;

  • Eliminar plantas daninhas que possam dificultar a operação e até embuchar a máquina;

  • Armazenar os grãos colhidos em silos bem arejados, com temperatura entre 14 ºC e 18 ºC e umidade abaixo de 11%, prevenindo ataques de pragas e fungos.

     

Tecnologia é aliada estratégica em todas as etapas da lavoura de soja

Investir em tecnologia no campo deixou de ser uma opção. Para produzir mais e melhor, o produtor precisa contar com ferramentas da agricultura de precisão e da agricultura digital para aproveitar todo o potencial produtivo da lavoura de soja.

 

Esses recursos podem ser aplicados em todas as etapas da cadeia produtiva, do planejamento da safra até a colheita. Afinal, em cada fase, é importante analisar e integrar dados coletados de diferentes fontes, transformando-os em informações práticas que auxiliam o sojicultor a superar os desafios do cultivo.

 

Conforme explicado, plataformas como o FieldView™, são aliadas nesse processo. Elas permitem coletar, organizar e analisar dados agronômicos de maneira centralizada. 

 

Isso significa que o produtor consegue, por exemplo, acompanhar mapas de fertilidade do solo, monitorar a lavoura em tempo real, avaliar o desempenho de diferentes cultivares e até aplicar insumos em taxa variável. 

 

Assim, o agricultor tem uma visão integrada da lavoura, aumenta a eficiência das operações e reduz riscos, aumentando a produtividade.

 

Aumente a produtividade da soja com o FieldView™!