Como identificar e mitigar riscos climáticos com agricultura digital
Entenda como riscos climáticos afetam a agricultura e como tecnologias digitais ajudam a monitorar, prever e reduzir perdas na produção agrícola. |
O produtor pode utilizar soluções como sensores, imagens de satélite e softwares para monitorar riscos climáticos e agir rapidamente para proteger a produção.
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Na agricultura, os riscos climáticos são eventos meteorológicos adversos com potencial de causar danos à produção. Eles podem ser físicos, decorrentes dos impactos diretos das mudanças do clima, ou de transição, ligados ao processo de adaptação a uma economia de baixo carbono.
Esses riscos podem impactar a agricultura e a pecuária de diferentes formas, provocando queda na produtividade, aumento de pragas e doenças, erosão do solo, escassez de água e perdas financeiras significativas.
No Brasil, estima-se que os eventos climáticos extremos causem prejuízos anuais próximos de R$ 11 bilhões, além de afetar o emprego rural, as exportações e a segurança alimentar.
Para reduzir esses impactos, o produtor deve usar instrumentos como o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC) e soluções da agricultura digital e de precisão. Assim, ele consegue planejar melhor o plantio, otimizar recursos e adotar práticas sustentáveis, tornando a produção mais eficiente e resiliente.
Boa leitura!
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Chuvas intensas, secas prolongadas e até geadas. Esses são alguns exemplos de eventos climáticos que podem transformar uma safra promissora em prejuízo em poucos dias.
Segundo relatórios do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), esses eventos ocorreram com mais frequência nos últimos anos. E isso acendeu o alerta para os impactos dessas mudanças em diversos setores da economia, incluindo a agricultura.
Neste artigo, você vai entender quais são os riscos climáticos no setor agrícola e como usar a tecnologia para monitorar e prever eventos extremos.
O que são riscos climáticos?
Os riscos climáticos representam o potencial de impactos negativos causados por fenômenos climáticos sobre sistemas humanos, ecológicos ou econômicos.
Na agricultura, esses riscos são eventos meteorológicos adversos que têm o potencial de causar danos à produção. Portanto, eles podem afetar a produtividade, a qualidade do produto e a rentabilidade da fazenda.
Segundo o IPCC, esses riscos surgem da interação entre três fatores:
Ameaças climáticas: eventos extremos ou variações do clima;
Exposição: o grau em que pessoas, áreas produtivas ou ecossistemas estão sujeitos a essas ameaças;
Vulnerabilidade: a capacidade (ou limitação) de resistir, se adaptar e se recuperar dos impactos.
Tipos de riscos climáticos
Os riscos climáticos podem ser classificados em dois grandes grupos: físicos e de transição. Ambos afetam diretamente a agricultura, o meio ambiente e a economia, mas por motivos diferentes. Entenda a seguir:
Riscos físicos
São decorrentes dos impactos diretos das mudanças do clima. Eles podem ser classificados como agudos ou crônicos.
Os riscos agudos são relacionados a eventos extremos e de curta duração, como enchentes, tempestades, secas severas, geadas e ondas de calor. Esses fenômenos podem causar perdas de lavoura, erosão do solo, morte de rebanhos e danos a infraestruturas rurais.
Já os riscos crônicos refletem mudanças permanentes e de longo prazo, como a redução da disponibilidade hídrica, mudança no regime de chuvas e o aumento da temperatura média global. Esses problemas afetam a produtividade agrícola, a fertilidade do solo e a ocorrência de pragas e doenças.
Riscos de transição
Estão associados ao processo de adaptação para uma economia de baixo carbono. Esse tipo de risco surge de mudanças regulatórias, tecnológicas, de mercado e reputacionais que acompanham as políticas de mitigação climática.
Por exemplo, a necessidade de incorporar tecnologias mais limpas e eficientes em sistemas produtivos pode alterar custos e competitividade entre empresas do setor. Já mudanças nas preferências dos consumidores e na cadeia de suprimentos podem reduzir a demanda por produtos de determinadas categorias.
Consequências das mudanças climáticas
Quando os riscos climáticos se concretizam, podem provocar transformações profundas nos ecossistemas e na dinâmica de produção agrícola. Confira os principais problemas causados por essa mudança:
Desertificação
O aumento das temperaturas e a redução das chuvas em várias regiões estão acelerando o processo de desertificação, caracterizado pela perda gradual da capacidade produtiva do solo. Esse fenômeno é resultado da combinação entre mudanças no clima, o desmatamento e o manejo inadequado da terra.
Com menos umidade e cobertura vegetal, o solo perde matéria orgânica e passa a reter menos água, o que leva à queda da produtividade agrícola, aumento da erosão e abandono de áreas antes cultiváveis.
Mudanças nos padrões de precipitação
A alteração no regime das chuvas é uma das principais consequências das mudanças no clima. As precipitações se tornam mais irregulares e intensas, com longos períodos de estiagem intercalados por chuvas fortes e concentradas.
Essa variabilidade compromete o planejamento agrícola, aumentando o risco de perdas, reduzindo a previsibilidade e elevando os custos de manejo e irrigação.
Eventos climáticos extremos imprevisíveis
Enchentes, tempestades, geadas, ondas de calor e secas prolongadas são cada vez mais comuns. Esses fenômenos têm o poder de destruir lavouras inteiras em poucos dias, comprometer pastagens e rebanhos, e até interromper o transporte e a logística de insumos e alimentos.
Incêndios florestais
Com temperaturas mais altas e períodos secos mais longos, cresce o risco de incêndios florestais. Além de devastar ecossistemas inteiros e reduzir a biodiversidade, em regiões agrícolas, os incêndios podem atingir plantações, pastagens e áreas de reserva legal, afetando diretamente a sustentabilidade das fazendas.
Erosão e perda de fertilidade do solo
Chuvas intensas e mal distribuídas aumentam o risco de erosão hídrica, especialmente em áreas com relevo acidentado ou pouca cobertura vegetal. Esse processo leva à perda da camada fértil do solo, essencial para o crescimento das plantas.
O resultado é a necessidade de maior investimento em adubação, correção e conservação do solo, além da redução da capacidade produtiva das lavouras a longo prazo.
Impactos dos riscos climáticos na agricultura e pecuária
Os riscos climáticos representam uma das maiores ameaças à segurança alimentar e à estabilidade econômica do setor agropecuário.
Segundo dados da plataforma Visão de Futuro do Agro Brasileiro, da Embrapa, estima-se que os eventos climáticos extremos causem perdas anuais próximas de R$ 11 bilhões. Isso equivale a 1% do Produto Interno Bruto (PIB) agrícola.
Esse resultado reflete o fato de que a agricultura é altamente dependente das condições do clima. Por isso, ela é extremamente vulnerável às variações e extremos climáticos.
Quaisquer mudanças nos parâmetros climáticos podem reduzir a qualidade dos produtos agrícolas, aumentar a ocorrência de pragas e doenças, aumentar os custos de produtos, entre outros problemas.
A pecuária também sofre com os efeitos desses eventos climáticos, especialmente dos extremos. O estresse térmico, por exemplo, reduz a produtividade de leite e carne, altera o comportamento alimentar e reprodutivo dos animais e aumenta a incidência de doenças.
A redução da disponibilidade de água e pastagem também compromete a alimentação do rebanho, elevando custos com suplementação. Em regiões mais áridas, o risco de mortalidade animal cresce significativamente.
Além dos riscos climáticos diretos, a atividade agropecuária enfrenta riscos associados (de produção, sanitários, de crédito, infraestrutura e mercado) que podem se agravar diante de um cenário de mudanças climáticas intensificadas.
Monitoramento e prevenção de riscos climáticos com agricultura digital
Para reduzir os impactos climáticos, o Brasil tem investido em políticas públicas e ferramentas de gestão de riscos ambientais, aliando ciência, tecnologia e inovação no campo. Um desses instrumentos é o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC), que ajuda o produtor durante o planejamento da lavoura.
O ideal é combinar essa ferramenta com soluções da agricultura de precisão e da agricultura digital. Tecnologias como sensores, imagens de satélite, radares meteorológicos, entre outros recursos associados à agrometeorologia, permitem ao produtor monitorar as condições climáticas e agir preventivamente com base em dados.
Esses dados podem ser integrados e processados por softwares como o Climate FieldView™, plataforma digital da Bayer. Com ele, o produtor consegue acompanhar o desenvolvimento das culturas em tempo real e identificar áreas de risco climático antes que os danos ocorram.
Essa inteligência de dados permite ajustar manejos, otimizar recursos e tomar decisões baseadas em evidências, garantindo mais previsibilidade e sustentabilidade à produção.
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