Agricultura de irrigação: como usar dados digitais para economizar água

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A irregularidade das chuvas é um dos maiores desafios enfrentados pelo produtor, já que a falta de água no momento certo pode comprometer a lavoura e reduzir a rentabilidade da safra. Para evitar prejuízos, e necessário investir na agricultura de irrigação, prática que consiste em aplicar água de forma controlada e estratégica nas lavouras. 

Além de assegurar produtividade, a irrigação melhora a qualidade dos cultivos, aumenta a previsibilidade das safras e viabiliza o cultivo em regiões secas ou na entressafra. Para aproveitar esses benefícios, o produtor pode investir em diferentes sistemas, como irrigação por aspersão, por gotejamento e pela superfície. 

A eficiência desse processo cresce ainda mais com o uso de tecnologias digitais e de precisão, como sensores de umidade, automação, IoT e energia solar, que permitem monitorar e ajustar o manejo hídrico em tempo real.

Boa leitura!

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O produtor rural não pode contar apenas com a chuva para garantir o bom desenvolvimento da lavoura. Em tempos de instabilidades climáticas e chuvas cada vez mais irregulares, é importante investir em soluções que assegurem a disponibilidade de água no momento certo do ciclo produtivo. Essas soluções estão relacionadas à chamada agricultura de irrigação.

Neste artigo, você vai entender o que é agricultura de irrigação, conhecer os principais sistemas utilizados, seus benefícios e descobrir como as tecnologias estão tornando o manejo da água mais eficiente e inteligente.

A agricultura de irrigação é a prática de aplicar água de forma controlada na lavoura para suprir as necessidades das plantas, garantindo produtividade mesmo em períodos de seca. 

Ao contrário da agricultura de sequeiro, que depende apenas das chuvas, ela envolve o uso planejado de sistemas e técnicas de irrigação agrícola.

A lavoura pode ser irrigada por diferentes sistemas e métodos, cada um desenvolvido para atender condições específicas de solo, clima e tipo de cultura. Conheça os principais a seguir:

A irrigação por aspersão é um método que imita a chuva natural. Isso porque a água é lançada no ar por aspersores e, quando encontra resistência, se transforma em pequenas gotas que caem de forma uniforme sobre o solo e as plantas. 

Graças a sua versatilidade, esse sistema é indicado para diferentes tipos de solo, topografia e culturas, principalmente em regiões de alta permeabilidade e baixa disponibilidade hídrica. 

Vale lembrar que o método pode ser implementado por meio de três sistemas principais: aspersão convencional, autopropelido e pivô central. Desse grupo, o pivô é o mais utilizado em grandes lavouras por permitir a irrigação contínua e uniforme em torno de um eixo central.

Neste método, a água é distribuída diretamente sobre o solo pela ação da gravidade, sem a necessidade de pressão ou equipamentos complexos. Na prática, o líquido percorre a superfície do terreno e se infiltra gradualmente até atingir a zona das raízes, fornecendo a umidade necessária para o desenvolvimento das plantas.

Por conta da sua simplicidade e baixo custo de implantação e operação, a irrigação superficial é uma alternativa muito utilizada em terrenos planos ou com leve inclinação.

A irrigação localizada consiste na aplicação da água de forma precisa e direcionada às raízes das plantas. Essa técnica pode ser implementada de várias formas, sendo que os sistemas utilizados nesse método são o gotejamento e a microaspersão.

Na irrigação por gotejamento, a água é aplicada diretamente sobre o solo, próxima à base das plantas, sem molhar a folhagem ou o tronco. Isso é feito com o auxílio de gotejadores, que podem ser instalados na superfície ou enterrados, com espaçamento ajustado à profundidade das raízes. 

Já no sistema de microaspersão, a água é distribuída por meio de emissores rotativos ou fixos que pulverizam pequenas gotas sobre uma área maior. Esse método é indicado para culturas com espaçamento mais amplo e solos arenosos, já que garante uma irrigação uniforme e de fácil manutenção. 

Investir em agricultura irrigada garante o acesso a vários benefícios diretos e indiretos. Conheça os principais a seguir:

• Aumenta a produtividade e a qualidade dos cultivos: por fornecer água na medida certa, garante crescimento uniforme, florescimento equilibrado e frutos de melhor qualidade, além de reduzir o estresse hídrico e as doenças na lavoura;

• Melhora a sustentabilidade e a eficiência do uso da água: sistemas modernos reduzem perdas por evaporação e escoamento, promovendo o uso racional da água e a sustentabilidade agrícola;

• Aumenta a previsibilidade da safra: permite ao produtor planejar o manejo, otimizar o uso dos insumos e investir com mais segurança;

• Reduz os riscos da estiagem: assegura o desenvolvimento das lavouras mesmo em períodos secos, evitando perdas;

• Garante flexibilidade no manejo e maior rentabilidade: permite que o agricultor diversifique as culturas e cultive na entressafra, ampliando a produção.

A digitalização do campo também está otimizando a irrigação. Na era do smart farming, as ferramentas usadas nesse processo promovem o uso eficiente de água e aumentam a rentabilidade desse insumo. Confira a seguir quais tecnologias de irrigação estão sendo usadas na lavoura. 

Os sensores de umidade do solo medem o teor de água disponível nas camadas onde se desenvolvem as raízes, permitindo ao produtor saber quando e quanto irrigar. Esses equipamentos podem ser instalados em diferentes profundidades no solo, coletando dados em tempo real sobre o terreno.

Com isso, o produtor consegue ajustar o volume e a frequência da irrigação. Essa precisão reduz custos com energia, fertilizantes e defensivos, além de otimizar o aproveitamento dos recursos hídricos.

A integração entre ferramentas da agricultura de precisão e a Internet das Coisas (IoT) transforma a irrigação em um processo automatizado, inteligente e orientado por dados.

Isso porque a IoT conecta tecnologias como sensores de umidade, controladores, válvulas e softwares agrícolas em uma mesma rede, criando um ecossistema de irrigação inteligente. Essa interligação permite o ajuste automático do volume e do tempo de irrigação, conforme as condições de cada área da lavoura.

Com apoio de ferramentas da agricultura de precisão e agricultura digital, o produtor pode automatizar todo o sistema de irrigação, que passa a funcionar com mínima intervenção humana. 

Por meio de controladores eletrônicos, válvulas inteligentes e softwares de gestão, o produtor pode ligar, desligar e ajustar a irrigação remotamente, via aplicativos ou painéis online. Ele ainda pode programar turnos de rega baseados em dados do solo e na previsão do tempo, otimizando o uso de água, energia e insumos. 

O uso de energia solar está crescendo no campo, permitindo o surgimento de inovações como a irrigação solar. Como o nome sugere, essa tecnologia utiliza a energia do sol para bombear e distribuir água em sistemas de irrigação agrícola. 

A eletricidade gerada pelos painéis fotovoltaicos alimenta motores, válvulas e bombas, tornando possível operar sistemas de gotejamento, microaspersão ou pivôs centrais de forma eficiente, mesmo em áreas remotas.

O aumento da demanda por água é um dos principais desafios da agricultura irrigada. Com mais áreas sendo irrigadas, cresce a pressão sobre mananciais superficiais e subterrâneos. Por isso, é importante investir em sistemas de irrigação que promovam o uso racional da água.

No entanto, os altos custos de implantação e manutenção desses sistemas ainda são uma barreira para muitos produtores, principalmente os de pequeno e médio porte. 

Por esse motivo, a ampliação de acesso a linhas de crédito, incentivos fiscais e programas governamentais, como o Programa Nacional de Irrigação Sustentável, são importantes para incentivar a expansão da irrigação sustentável no país.